Teatro

Projeto que promove a diversidade nas artes cênicas abre lista de espera para as oficinas

Genilson Coutinho,
26/02/2021 | 09h02
foto: Divulgação

Pensar “artes cênicas” após a pandemia é uma missão difícil, sobretudo em tempos incertos. No entanto, um projeto formado por jovens majoritariamente negros e LGBTQIA+ aceitou o desafio de começar a desenvolver o debate, estratégias e aumentar a instrumentalização de profissionais e interessados em atuar nesse setor, assim surgiu “Cenivivências: corpo em tela – Ciclo de Oficinas”.

Com reserva de vagas para corpos negros, LGBTs, pessoas com deficiencia, as oficinas gratuitas de Encenação, Dança para a cena, Elementos tecnológicos e Dramaturgia, com aulas entre os dias 01 e 26 de março, esgotaram rapidamente revelando o quanto o setor busca qualificação e pensar de forma coletiva o futuro. No entanto, os interessados podem manifestar interesse através do e-mail cenivivencias@gmail.com , com o nome da oficina que busca, e entrará na lista de espera.

De acordo com o organizador do Cenivivências: corpo em tela, Igor Cardoso Ribeiro, a proposta das ações é fomentar estratégias para reinvenção de produtos em artes cênicas na cidade de Salvador durante a pandemia da COVID19. Explicando ainda a escolha do nome e a relação com o momento pandêmico, que para o artista é de troca de vivências individuais, coletivas e entendimento como um corpo que carrega documentos.

“Cenivivências a gente entende como um processo criativo voltado para as artes cênicas de criação de cenas baseado nas histórias, nas vivências das pessoas que são extraídas do corpo. Considerando o corpo, a condição e a experiência como três elementos fundantes, mas pensando o corpo como um documento que nos coloca a pensar as histórias registradas nesses corpos. A Beatriz Nascimento trouxe esse conceito para lermos a história das pessoas em África e ela diz que a história está contida no corpo e que o corpo registra, documenta essas vivências ancestrais e se manifesta no movimento”, explica o ator, produtor e mediador cultural, Igor Cardoso Ribeiro.

Antes das oficinas, o grupo promoveu ainda 05 lives com artistas convidados nas plataformas digitais para discutir a produção artística no isolamento, visando alcançar um público de aproximadamente 600 pessoas entre artistas e interessados no tema, pelas redes sociais. Através das conversas virtuais, foi possível debater sobre o cenário cultural e suas renovações que em tempos pandêmicos são necessárias para manutenção das atividades. Todos os vídeos estão disponíveis no Youtube e no Instagram do projeto.

Projeto contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos provenientes da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.

Serviço:

O que: Oficinas: Interpretação, Encenação, Dança para a cena, Elementos tecnológicos e Dramaturgia;

Datas: Entre os dias 01 e 26 de março;

Horário: 19h;