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Profissionais do Sistema Prisional de Salvador participaram de treinamento para acolhimento de pessoas LGBTQIA+

Genilson Coutinho,
20/11/2019 | 13h11
Profissionais de saúde e agentes penitenciários que atuam nos presídios da Bahia, participaram, na [ultima  quinta-feira (14), do último dia de capacitação para a implantação do acolhimento humanizado das pessoas LGBTQIA+ no Sistema Prisional do Estado, realizado na Escola Estadual de Saúde Pública Jorge Novis, em Salvador. A ação é uma realização conjunta das secretarias de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e da Saúde (Sesab).
A capacitação abordou conteúdos como o conceito de orientação sexual e identidade de gênero; as políticas de saúde para o Sistema Prisional; aspectos legais de garantia dos direitos das pessoas privadas de liberdade e da população LGBTQIA+, numa perspectiva que reforça o direito das pessoas, ainda que estejam em cumprimento de sentença judicial.
“Queremos trazer mais consciência social para esses profissionais, uma vez que paira, na sociedade, o pensamento de que os internos são pessoas que não têm mais direitos. Mas é preciso entender que elas só estão privadas de liberdade, não dos direitos”, destacou Conceição Sodré, coordenadora de Atenção à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade da Seap.
Segundo Gabriel Teixeira, coordenador de Políticas LGBT da SJDHDS, é importante falar das “interseccionalidades que envolvem a população LGBT, para que as políticas públicas sejam garantidas a um público que é ainda mais marginalizado pelo contexto prisional”.
Quanto à questão da saúde, o coordenador de Promoção da Equidade em Saúde da Sesab, Antônio Purificação, lembrou, aos profissionais, dos cuidados que é preciso ter ao realizar determinados procedimentos em LGBTs. “Dentro do Sistema Prisional, a pessoa está sujeita a sofrer várias violências. E nós, como profissionais de saúde, não podemos punir essas pessoas novamente ao fazer algo que desrespeite sua orientação ou identidade de gênero”, afirmou.
O agente penitenciário, Sílvio Roberto de Lima, 57 anos, atua há 36 anos no Sistema Prisional e elogiou a forma que a capacitação foi conduzida. “Agora tenho uma clareza maior de como lidar com o preso LGBT. Já estou agindo como um agente multiplicador, falando o que aprendi para meus colegas, e vejo que isso tem despertado a curiosidade deles”, disse.