Profissionais dão dicas de beleza para pele negra
A população negra brasileira é diversa em traços, formas e tons. Essa pluralidade finalmente passou a ser observada e considerada pelas marcas de cosméticos que estão criando mais opções de cores para bases, corretivos e pós compactos para peles negras. E, ao lado dos debates sobre a “revolução cacheada e crespa” que tem ocorrido no Brasil, os tutoriais de make publicados na internet e as formações sobre beleza com foco em empoderamento negro através da estética ganharam gosto e visibilidade no país. Segundo a maquiadora de São Paulo, Daniele Da Mata, que esteve em Salvador neste mês para realizar um workshop sobre automaquiagem para pele negra, com apoio da MAC Cosmetics, o mercado brasileiro avançou nos últimos cinco anos. “Eu acompanhei de perto as mudanças pelo fato de estagiar em uma fábrica de cosméticos aos 15 anos. Mas a maior dificuldade ainda é o acesso às informações para este nicho”. A criadora do projeto Negras do Brasil, que já circulou por diversas cidades do país, acredita que o primordial para pessoas negras é o autoconhecimento. “Somos belos. Estamos em um processo de reconhecimento”. Para o hairstylist e maquiador Alberto Alves, que maquia e cuida dos cabelos de artistas negros como a cantora Larissa Luz e o cantor Fióti, ainda é preciso ampliar o debate para quebrar tabus. “Muitas pessoas negras acham que a maquiagem para esse tipo de pele é inatingível, porque como não são contemplados em marcas mais acessíveis, acabam optando por outras com mais variedade na gama de cores. Ou seja, geralmente são bons cosméticos, só que com custo maior”.