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Presidente retira incentivo a turismo gay de plano nacional de turismo

Genilson Coutinho,
22/05/2019 | 13h05

Jair Bolsonaro assinou um decreto hoje criando o Plano Nacional de Turismo de 2018 a 2022, que havia sido elaborado durante o governo de Michel Temer. Todo o planejamento criado pelo então ministro Marx Beltrão foi seguido à risca, com exceção de um ponto: o incentivo ao “turismo LGBT”.

 Dentro da estratégia de possibilitar o “acesso democrático de públicos prioritários à atividade turística”, o plano criado no governo Temer previa “sensibilizar o setor para a inclusão das pessoas idosas e do público LGBT no turismo”.

Agora, entretanto, há apenas o item “sensibilizar o setor de turismo para a inclusão das pessoas idosas”, sem, portanto, nenhuma menção ao público gay.

plano original , ainda disponível no site do ministério, explicava que os turistas LGBT representam 10% dos viajantes no mundo e movimentam 15% do faturamento do setor, segundo dados da Organização Mundial do Turismo.

“Essa visão traz, para além dos benefícios econômicos, benefícios sociais que se expressam tanto para os destinos como para os viajantes LGBT. O destino pode associar sua imagem à tolerância, inclusão e diversidade e o turista LGBT tem sua experiência melhorada em um ambiente amigável e preparado para recebê-lo livre de preconceito”, dizia o texto.

Tudo isso foi suprimido do decreto publicado hoje.

Em abril, Bolsonaro afirmou em um café da manhã com jornalistas que o Brasil “não pode ser um país do mundo gay, do turismo gay”.

Apesar da visão preconceituosa do presidente, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) corrobora os dados da gestão de Michel Temer e afirma que o público LGBT é um dos segmentos de maior potencial de faturamento econômico para o setor do turismo no país Segundo levantamento do Sebrae publicado no início do ano, o Brasil é o país da América Latina com maior potencial de crescimento de receitas com o turismo gay.