Presidente da Libéria e Nobel da Paz defende lei contra gays

Genilson Coutinho,
20/03/2012 | 09h03

A ganhadora do prêmio Nobel da Paz e presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, defendeu em uma entrevista ao jornal inglês “The Guardian” uma lei que criminaliza os atos homossexuais, dizendo: “Nós gostamos de nós mesmos do jeito que somos”. Falando junto com Tony Blair, visivelmente desconfortável com os comentários, Sirleaf disse: “Nós temos certos valores tradicionais em nossa sociedade que gostaríamos de preservar.”

A legislação da Libéria estipula a “sodomia voluntária” como um delito punível com até um ano de prisão, mas dois novos projetos de lei propõem punir a homossexualidade com  sentenças muito mais duras.

Segundo o jornal, Blair, em visita à Libéria como fundador da Iniciativa de Governança Africana (AGI, na sigla em inglês), instituição de caridade para fortalecer os governos africanos, se recusou a comentar as observações de Sirleaf. Nos mais de 10 anos como premiê britânico, ele foi reconhecido por lutar pela igualdade de direitos homossexuais.

“Uma das vantagens de fazer o que eu faço agora é que eu posso escolher as questões que trabalharei e as que não. Para nós, as prioridades em relação à energia, estradas, e empregos”, disse ele. As informações são do G1.

De acordo com a agência de notícia Reuters, pelo menos 14 jovens foram apedrejados até a morte em Bagdá nas últimas três semanas. A brutalidade supostamente é fruto de uma campanha xiita contra adolescentes que se identificam com os estilos punk, emo ou gótico. Segundo ativistas de direitos humanos, muitos deles seriam gays e o número de mortos chegaria a mais de 40.
Listas nomeando outros jovens que deveriam morrer estão sendo distribuídas. Uma delas, reproduzida na internet, diz: “Mudem seu comportamento, parem de ser gay ou enfrentarão consequências mortais”, ameaçando dezenas de rapazes com os nomes impressos no recado. Informações locais apontam que o início do massacre começou após o Ministério do Interior iraquiano publicar que o estilo “emo” seria algo “satânico”.  “A polícia social tem autorização oficial para eliminá-los o mais brevemente possível, porque a dimensão da comunidade começa a tomar outro curso e agora é uma ameaça”, dizia a nota de janeiro deste ano.
A imprensa local de Bagdá denominou os crimes como “assassinato de emos”, em que jovens garotos que se vestem com camisetas e jeans apertados são agredidos com blocos de cimento até a morte, e deixados às ruas para que sirvam de “exemplo” aos demais.  A onda de terror está fazendo com que os jovens com melhores condições saiam da cidade, com medo das ameaças.
As autoridades de Bagdá afirmam que somente seis garotos foram encontrados mortos, contudo, as informações não são precisas, nem quanto ao número de vítimas ou quanto ao motivo das mortes. Enquanto isso, grupos de direitos humanos denunciam que mais de 40 garotos se tornaram vítimas dessa nova fase de crimes de ódio na cidade iraquiana.
No fim do mês, o país recebe o primeiro grande evento diplomático após a saída das tropas americanas, em dezembro. Os episódios estão ganhando destaque em todo o mundo e reacendendo a dúvida se o país está pronto para garantir a segurança das minorias.