Prêmio Braskem de Teatro 20 anos: uma história de sucesso

Genilson Coutinho,
27/03/2013 | 11h03

Uma premiação que traz na sua história a marca do riso, do choro, da alegria e de tantas sensações que o teatro pode proporcionar. Nestes 20 anos de realização do Prêmio Braskem de Teatro (PBT), o público soteropolitano ganhou, a cada ano, novos motivos para frequentar o teatro, conhecer e se emocionar com a produção cultural feita sobre os tablados da capital baiana.

O ano era 1993, quando essa história de sucesso começou com a criação do Troféu Bahia Aplaude. Anos depois, batizado como Prêmio Copene de Teatro, passou a ser coordenado pela Caderno 2 Produções Artísticas e em 2002 assumiu o nome atual: Prêmio Braskem de Teatro. Em 20 anos, quase mil espetáculos estrearam e foram registrados em Salvador, uma média de 50 espetáculos por ano. Desde que começou, o PBT já distribuiu 200 troféus.

Espetáculos com a marca da baianidade floresceram, atraíram o público e alguns conquistaram palcos de outros estados brasileiros. Peças como A BofetadaOs CafajestesÓ Paí, Ó!Oficina Condensada são, até hoje, referências do humor no teatro baiano.

Pelos palcos do PBT, nestes 20 anos, passaram personalidades que marcaram a história das artes cênicas no cenário artístico local, nacional e até internacional. Fernanda Montenegro, Dercy Gonçalves, Paulo Autran, Marília Pêra, Bibi Ferreira, Othon Bastos e diversos outros artistas renomados já participaram desta grande festa.  Na cena local, personalidades de alto gabarito como Gideon Rosa, Rita Assemany, Aninha Franco, Harildo Deda, Cláudio Simões, Denise Stoklos, Frank Menezes, Regina Dourado, Vagner Moura, Lazaro Ramos, Vladmir Britcha, João Miguel, Marcio Meireles, Luiz Marfuz, Fernando Guerreiro, Hebe Alves, Cleise Mendes, dentre outros destaques da Bahia.

“Acreditamos que o PBT é um grande instrumento de estímulo, valorização e reconhecimento da arte teatral produzida na Bahia. Mais do que dar visibilidade a alguns artistas, acreditamos que o PBT dá visibilidade ao teatro de maneira geral. As indicações também dão um gás novo aos artistas e produtores, aquecem o mercado e inspiram a elaboração de novos projetos”, afirma o diretor teatral João Sanches.

“Sem dúvida que a indicação ao PBT é uma chancela importante, aumenta a visibilidade, qualifica, credencia o espetáculo. Consideramos o PBT como uma iniciativa da maior importância para o teatro baiano. Traduz-se em valorização, reconhecimento e estímulo”, avalia a produtora cultural Virgínia Da Rin.

Ao longo destes 20 anos, o Prêmio Braskem de Teatro vem incentivando as produções locais, que muitas vezes se animam a realizar novas temporadas graças à maior visibilidade proporcionada pela indicação ao prêmio. É o caso, por exemplo, do espetáculo Amor Barato, um dos indicados deste ano. “As indicações ao PBT vieram como reconhecimento e aval importantes. Todos estão animados e motivados, pois essas indicações vieram somar aos resultados e elogios que o espetáculo recebeu em sua curta temporada na sala do Coro do Teatro Castro Alves. Vimos notícias da repercussão positiva do musical Amor Barato inclusive no Rio, em São Paulo e em Brasília”, analisa Virgínia Da Rin.

Quem também avalia a indicação ao PBT como um fator de incentivo às produções teatrais baianas é Gordo Neto, diretor teatral que este ano concorre ao prêmio pelo espetáculo Dissidente. “As indicações da peça ao Prêmio Braskem serviram, sobretudo, para reafirmar a intenção da Companhia em voltar a cartaz”, afirma.

Mais de uma vez indicado ao Prêmio Braskem de Teatro, o dramaturgo Elísio Lopes Júnior acredita que as indicações ofereceram novas oportunidades à sua carreira. “Existe uma visibilidade local que fortalece o nosso nome e a marca do espetáculo. Tem um reconhecimento público a essa arte que já é tão difícil. Esse prêmio ajuda na aproximação dos artistas cênicos de empresários, da mídia, de tudo o que move essa máquina”, afirma.

Convidado por duas vezes a dirigir a cerimônia de premiação, Elísio fala da responsabilidade e do prazer ao ser escolhido para esta tarefa. “É muita responsabilidade criar qualquer coisa para os meus colegas. É uma festa onde a plateia toda é criativa, tem suas leituras e todos pensam arte. Então, agradar é um grande desafio. É um prazer escrever e dirigir um prêmio que acompanha toda a minha carreira. Tem um afeto real nisso”, afirma.