Prêmio Arco-íris de Direitos Humanos homenageia cantoras negras

Genilson Coutinho,
13/12/2013 | 17h12

O Prêmio Arco-íris de Direitos Humanos, uma iniciativa da ONG Grupo Arco-Íris, vai prestar uma dupla homenagem: à cultura negra e a Vinicius de Moraes. Zezé Motta, Áurea Martins, Rosa Marya Colin e Leila Maria vão interpretar músicas do d”O Poetinha” num show especialmente concebido para o evento. De acordo com o responsável pela programação artística dos eventos do Grupo Arco-íris, Almir França, “queríamos fazer uma associação com a luta pela igualdade racial e, por isso, a ideia é homenagear essas mulheres que contribuíram tanto para o movimento negro e o LGBT”. Em paralelo, ele lembra do centenário do poeta Vinicius de Moraes, também homenageado na produção Mulheres de Vinicius, capitaneada pelo Arco-íris.

O Prêmio Arco-íris de Direitos Humanos que celebra iniciativas e pessoas que se destacam na promoção da diversidade sexual está marcado para as 20h do dia 16 de dezembro, no Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim. A entrada tem o valor simbólico de R$ 2.

Veja a lista de homenageados no Prêmio:

Categorias:

1- ATUAÇÃO NO JUDICIÁRIO: Conselho Nacional de Justiça
Pela Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, aprovada durante a 169ª Sessão Plenária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que estabeleceu que nenhum cartório do Brasil poderá recusar a celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo ou deixar de converter em casamento união estável homoafetiva.

2- AÇÕES LEGISLATIVAS: Vereadora Laura Carneiro – Câmara Municipal da Cidade do Rio de Janeiro
Pela criação do Projeto de Lei Nº354/2013 que inclui o dia do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) e a Parada do Orgulho LGBT no Calendário Oficial da Cidade, consolidado pela lei Nº5.146/2010.
E ainda pela inciativa de criação da Frente Parlamentar contra variadas formas de preconceito e intolerância.

3- POLÍTICAS PÚBLICAS: Secretaria de Estado de Ambiente – Superintendência de Educação Ambiental (Seam) pela realização das Jornadas “Ambiente Saudável é Ambiente sem Homofobia”.
Uma inciativa de uma área ainda pouco explorada no combate à homofobia. Ao articular a temática ambiental com a da diversidade cultural, identidade de gênero e desigualdade social da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), a superintendência de Educação Ambiental (Seam) – setor da SEA responsável pela organização do evento – exibiu documentários e reuniu profissionais com grande expertise para debater temas como Ambiente sem Preconceito; Novos Arranjos Familiares e Famílias de LGBT; A Travestilidade e a Injustiça social e Os Desafios da Transexualidade e os Novos Direitos.

4- RESPONSABILIDADE SOCIAL: Centro Universitário IBMR
Pela parceria com o Grupo Arco-Íris, através da atuação de estagiários do Curso de Psicologia, no oferecimento de apoio terapêutico gratuito à população LGBT.

5- IMPRENSA: Programa Conexão Repórter do SBT
Exibido em 21/03/2013, com o tema “Primavera dos Diferentes”, o programa Conexão Reporter, com o jornalista Roberto Cabrini, abordou os desafios e preconceitos de ser adolescente e homossexual no Brasil. Um tema delicado e que necessita ainda de muita discussão e visibilidade para diminuir um cenário de rejeição e violência contra os nossos jovens.

6- ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA: Grupo Conexão G
O Grupo Conexão G, é formado por jovens LGBT moradores do complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Sua missão é mobilizar a população LGBT moradoras de favelas, sensibilizar a “comunidade” para o combate à homofobia e o respeito à diversidade sexual como dimensão importante na luta pela paz e justiça, valorizando o enfrentamento pacífico das práticas discriminatórias que orientam as ações violentas, como por exemplo, a violência policial, a violência sexual e o racismo. É responsável pela realização da Parada LGBT das comunidades Nova Holanda e Parque União.

7- VOLUNTARIADO: Douglas Barbosa Zim
Atuando no Grupo Arco-Íris há pelo menos 5 anos, Douglas sempre encontra disponibilidade para ajudar nas tarefas internas e de logística. É um reconhecimento merecido pro toda a sua dedicação ao Grupo.

8- ARTE & CULTURA: Projeto Divinas Damas
Capitaneado pela atriz Leandra Leal, Divinas Divas é o projeto de um documentário musical de longa-metragem para salas de cinema. O filme resgata a trajetória de oito artistas pioneiras: Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios foram as primeiras travestis e transformistas nos palcos cariocas nos anos 1960, quando o Brasil vivia sob rígida ditadura militar. Esse trabalho é de enorme importância para o resgate e memória da cultura LGBT brasileira.

9- ATIVISMO: Carlos Magno Fonseca
O paraense Carlos Magno Fonseca é um militante das questões, demandas e causas sociais com uma longa e rica trajetória de lutas e uma marcante e exemplar trajetória de importantes ações que resultaram em inúmeras conquistas de benefícios para a população de LGBT, tornando-se um exemplo de liderança, dentro das militâncias para as gerações do presente e do futuro. Fundador do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CELLOS-MG), uma das principias organização LGBT do Estado mineiro, é atualmente o presidente da
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), a maior rede de organizações LGBT da América Latina.

10- VISIBILIDADE LÉSBICA: Glória Pires
Pela brilhante atuação, interpretando a arquiteta Lota de Macedo Soares no longa metragem “Flores Raras”, de Bruno Barreto. Com sensibilidade, conseguiu construir uma personagem além dos estereótipos vivendo uma bela história de amor lésbico num pano de fundo de um importante momento histórico brasileiro.

11- VISIBILIDADE TRANS: Concurso Miss T Brasil
Organizado pela ASTRA-Rio, o concurso objetiva visibilizar positivamente travestis e mulheres transexuais brasileiras, sua identidade, cultura, pleitos e especificidades sociais através de atividade cultural transversal que dialogue com outras temáticas como direitos humanos, saúde e promoção da cidadania trans. Pela primeira vez, conseguiu eleger uma Miss Brasil T como a Miss International Queen, em concurso realizado na Tailândia.

12- ATITUDE: Daniela Mercury
Em 3 de abril de 2013, a cantora postou uma foto no site de rede social Instagram com sua companheira, a jornalista Malu Verçosa. A cantora assumiu publicamente o seu relacionamento homoafetivo com a frase: “Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar”. Esta declaração fez uma revolução no cenário da música popular brasileira, assim como no imaginário popular, fazendo com que Daniela Mercury se tornasse um símbolo pelo casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e na luta pelas liberdades individuais.

HOMENAGENS ESPECIAIS:
Militância e Parceria: Flávia Brazil – advogada, consultora e chefe de gabinete da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Flávia representa todo o esforço da equipe da CEDS pela realização de um trabalho exemplar e a pronta resposta às demandas da sociedade civil.

Serviço:
Prêmio Arco-íris de Direitos Humanos
Data: 16/12 (segunda-feira)
Hora: A partir das 20h
Local: Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim
Entrada: R$ 2