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Prefeito de Nova York ironiza decisão de Bolsonaro de não ir à cidade receber homenagem

Genilson Coutinho,
05/05/2019 | 23h05

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de não participar de uma cerimônia em Nova York, no próximo dia 14, provocou um comentário irônico do prefeito da cidade, Bill de Blasio.

Na última sexta-feira (3), Jair Bolsonaro anunciou que não irá mais à cerimônia da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que o escolheu como personalidade do ano. Em nota, o presidente disse que tomou a decisão por causa da pressão de grupos de interesse e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York o que, segundo o presidente, “caracterizam a ideologização da atividade”.

Neste sábado (4), Bill de Blasio, que é do Partido Democrata, rival do Partido Republicano, do presidente Donald Trump, comemorou a decisão. Nas redes sociais, De Blasio elevou o tom das críticas que vem fazendo ao presidente Bolsonaro desde o anúncio da homenagem em Nova York.

O prefeito apelou para o deboche ao afirmar que “valentões normalmente não aguentam um tranco”. De Blasio disse também que o ódio de Bolsonaro não é bem-vindo em Nova York.

Jair Bolsonaro foi escolhido como personalidade do ano em fevereiro. Inicialmente, a cerimônia seria realizada no Museu de História Natural. Mas, em abril, o museu anunciou que não abrigaria o evento, alegando que a homenagem a Bolsonaro não refletia a necessidade urgente de proteger a Floresta Amazônica.

Também em abril, Bill de Blasio fez suas primeiras críticas ao presidente e lamentou o fato de Bolsonaro ser a pessoa com a maior capacidade de influenciar o que acontecerá na Amazônia daqui para a frente.

Esta semana, três grandes empresas já tinham desistido de patrocinar o evento.

O Palácio do Planalto afirmou que não vai se pronunciar.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, afirmou que o prefeito de Nova York critica a intolerância de Jair Bolsonaro, mas age da mesma forma. Maia afirmou que discorda em muitas coisas do presidente Bolsonaro na agenda de valores, mas que não há saída para os nossos desafios sem diálogo e respeito.