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Preconceito contra obesidade prejudica o tratamento e agrava quadro emocional dos pacientes

Genilson Coutinho,
17/06/2020 | 19h06

Piadas de mau gosto, apelidos pejorativos, constrangimentos e comentários ofensivos são frequentes na realidade das pessoas que sofrem de sobrepeso e obesidade. Também conhecido como fat-shaming ou gordofobia, o estigma social é caracterizado por pessoas que agem de forma preconceituosa com quem sofre de excesso de peso ou de obesidade. “O preconceito e o bullying não poupam nem crianças na tenra infância no ambiente escolar, atingem as crianças que sofrem de obesidade infantil, os adolescentes e os adultos durante toda a vida toda. Infelizmente, a pessoa que sofre de sobrepeso ou obesidade passa a vida sendo estigmatizada”, afirma o médico Adriano Rios, cirurgião bariátrico e diretor do NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade). A obesidade é reconhecida, hoje, como importante problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, trata-se de uma epidemia global e 2,3 bilhões de pessoas no mundo estão com sobrepeso ou obesidade. .

“Obesidade é uma doença crônica e tem que ser tratada como tal. Quem sofre dessa doença não deve ser tratado como preguiçoso ou como se fosse uma pessoa com falta de força de vontade ”, explica Adriano Rios. Segundo ele, trata-se de uma doença multifatorial e progressiva, causada por fatores metabólicos, genéticos, comportamentais e culturais. O especialista explica que o paciente portador de obesidade requer um acompanhamento multidisciplinar durante toda sua vida. “Geralmente, o paciente precisa ser assistido por uma equipe que envolve médicos, nutricionista, psicólogo, educador físico e outras especialidades a depender do caso”, explica o cirurgião bariátrico. “As pessoas recorrem a comida, inclusive, para regular as emoções”, afirma Larissa Mendes, psicóloga da equipe do NTCO.

Várias pesquisas em todo mundo apontam que as pessoas que são vítimas desses abusos acabam ganhando mais peso. “Todo indivíduo deve ser respeitado independente do seu corpo e de padrões estéticos. Ao invés do julgamento, o apoio e o acolhimento da família, dos amigos e colegas são essenciais para que a pessoa consiga buscar ajuda especializada e tratar a obesidade sem tantos danos psicológicos”, pondera a psicóloga Larissa Mendes.

Dois em cada dez brasileiros estão obesos e mais da metade da população, 55,4%, sofre de excesso de peso (sobrepeso). De acordo com o Ministério da Saúde, hipertensão (24,5%), obesidade (20,3%) e diabetes (7,4%) são as doenças crônicas de mais incidência no país.

A obesidade é o resultado de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade gasta, causando acúmulo de gordura. Entre as doenças e complicações associadas à obesidade, estão hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças osteoarticulares, diabetes, problemas de circulação, refluxo gastroesofágico, apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), alguns tipos de câncer, disfunções respiratórias, depressão e outros transtornos psicológicos.

“A doença, associada a várias complicações e comorbidades, compromete seriamente a qualidade e o tempo de vida”, afirma Adriano Rios. “O preconceito e a intolerância contra pessoas que já sofrem de uma doença tão complexa e de difícil controle devem ser combatidos”, conclui o médico.

Sobre o NTCO

Com 19 anos de fundado e referência na área, o Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade (NTCO) atua no tratamento clínico e cirúrgico da obesidade e suas comorbidades. Como agente social na luta contra a doença, o NTCO conta com equipe multidisciplinar com cirurgiões, endocrinologista, cardiologista, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, pneumologista, educador físico e fisioterapeuta, oferecendo todo suporte necessário para uma abordagem integral do paciente. A clínica é dirigida pelo cirurgião bariátrico, Erivaldo Alves, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Mais informações no https://ntco.com.br/