Polícia suspeita que ambulantes tenham participado de agressão a casal gay

Genilson Coutinho,
14/03/2012 | 01h03

A Polícia Civil investiga a possibilidade de que dois ambulantes tenham participado das agressões a dois jovens gays, por volta de 19h de sábado (10), na estação Pirajá.

Segundo o delegado Guilherme Machado, titular da 11ª Delegacia Territorial (DT/Tancredo Neves), as vítimas prestaram depoimento nesta terça-feira (13) e foram encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) para realizar exames de corpo de delito.

”Eles foram realmente vítimas de discriminação, foram agredidos fisicamente e a polícia instaurou procedimento para apurar os crimes de injúria, roubo, lesão corporal”, diz o delegado.

O estudante Thyago Souza, 24 anos, e o namorado estavam abraçados antes da agressão e acreditam terem sido vítimas de homofobia.

“Eles batiam na gente com muito ódio. Depois do espancamento, eles roubaram minha pochete. A gente ainda tinha duas mochilas e eles não quiseram levar. Não foi o roubo que motivou a agressão”, diz Thyago.

Além das vítimas, os ambulantes que trabalhavam no local na hora da ação foram convocados, mas ainda não prestaram depoimento. O delegado acredita que imagens do circuito interno de segurança na Estação Pirajá também podem ajudar a identificar os seis agressores.

“Há câmeras no local que podem nos auxiliar na identificação da autoria. O nosso serviço de investigação já está em campo tentando identificar os seis agressores. Vamos aguardar o resultado das diligências”, diz o delegado.

Os dois tinham acabado de descer do ônibus quando foram atacados. Uma das vítimas foi imobilizada com murros e teve a pochete roubada e o outro teve a cabeça golpeada com um pedaço de madeira e precisou tomar nove pontos. Eles foram atendidos no posto de saúde de São Marcos.

A estação estava cheia no momento, mas ninguém fez nada para ajudá-los, segundo as vítimas. Além de ter sofrido o espancamento, a vítima afirma que policiais militares da 48ª Companhia não foram atrás dos agressores quando informados do caso.

“Por determinação legal, a prioridade é prestar socorro”, afirma o capitão Marcelo Pita, da assessoria da PM. Apesar do caso não ter sido levado ao Ministério Público Estadual, a promotora Márcia Teixeira se colocou à disposição para ouvir os jovens. Com informações do Correio da Bahia