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Polícia investiga Neymar por homofobia

Genilson Coutinho,
06/03/2021 | 21h03
Foto: Reprodução

Neymar Jr. será investigado e poderá ser intimado a prestar esclarecimentos à polícia por conta dos desdobramentos do episódio em que chamou Tiago Ramos, seu ex-padrasto, de “viadinho” durante uma conversa com seu grupo de amigos. A troca de mensagens acabou vazando na web em junho do ano passado. Agripino Magalhães, ativista LGBTQ+, passou a receber ameaças de morte após denunciar o jogador por homofobia ao Ministério Público, que encaminhou o caso à Secretaria de Segurança Pública. O pedido foi acatado, e o inquérito, instaurado.

Na portaria emitida pelo delegado Igor Vilhora, do 15º DP de São Paulo, é apontado que o ativista passou a receber ameaças de morte desde que denunciou o atleta. Por essa razão, instaurou o inquérito, e Agripino é aguardado para prestar depoimento na próxima quarta-feira (10). Neymar foi fichado como “investigado” e poderá ser intimado a qualquer momento.

“Ele é um influenciador. A partir do momento em que fala com naturalidade algo que possa se enquadrar em crime de homofobia, ele incentiva seus fãs a terem o mesmo comportamento”, disse Carbone.

Entenda o caso
Na madrugada de 3 de junho de 2020, Tiago Ramos foi levado às pressas a um hospital de Santos (SP) após se machucar durante uma briga com Nadine Gonçalves, mãe de Neymar. De acordo com relatos, ele teria dado um soco em uma mesa de vidro e acabou se ferindo profundamente.

No dia seguinte, Neymar se reuniu com seus “parças” no Twitch, site de transmissão de jogos online, e ali teve a conversa que acabou vazando. Ao relatar a briga aos amigos, ele chamou Ramos de “viadinho” e “aquele dá o cu do caralho”.

Na conversa, um dos amigos do jogador, que não foi identificado, sugeriu de fazer “justiça” com as próprias mãos. “Vamos matar, enfiar um cabo de vassoura no cu dele”, afirmou o rapaz.

Assim que tomou conhecimento do áudio, Agripino denunciou o craque do Paris Saint-Germain e pediu sua prisão preventiva, bem como a apreensão de seu passaporte e uma indenização de R$ 2 milhões, que seria doada a ONGs que atendem o público LGBTQ+. Na época, o Ministério Público declinou todos os pedidos e arquivou o caso.

Mas, por conta dessa denúncia, o ativista passou a receber ameaças de morte e de ódio, de cunho homofóbico, e voltou a denunciar Neymar e os donos dos perfis que o importunaram pela web. A Polícia acatou a denúncia e agora iniciou o processo de investigação.

Uol.