PLC 122 tem a ver com tolerância e cidadania, diz Marta

Genilson Coutinho,
12/05/2011 | 16h05

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse, nesta quinta-feira (12), que o projeto (PLC 122/06) que estabelece punições para quem discriminar homossexuais tem a ver com tolerância e cidadania. Ela é a relatora da matéria, que estava para ser votada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Atendendo a apelos por mais discussão, Marta decidiu retirá-la de pauta.
– O quê, além, da intolerância e do preconceito, vai impedir a aprovação dessa lei? – questionou.

Marta Suplicy disse que, no começo, assustou-se com o antagonismo de parte das igrejas cristãs com relação ao projeto.

– O que temos na fé é o respeito, é o amor. Mas não adianta dizer que tem respeito e ser contra um projeto que vai diminuir o preconceito e o numero de homicídios – disse.

Entretanto, a senadora acrescentou que foi informada sobre o temor de que o projeto restrinja a liberdade de expressão e a liberdade religiosa, impedindo que as pessoas digam que a prática homossexual é pecado e que líderes religiosos e famílias orientem os fiéis e os filhos com relação a isso.

– Quando me colocaram que o problema não era a intolerância e o preconceito, e sim uma questão de liberdade de expressão dentro de templos e igrejas, aceitei. A liberdade está preservada – argumentou.

Confira abaixo nota de esclarecimento da senadora:

Retiramos de pauta o PL 122 pois a votação na Comissão de Direitos Humanos estava empatada e corríamos o risco de alguém sair ou chegar. Gostaria de ter votado hoje, pois tínhamos os argumentos e fizemos a emenda que permitia a livre expressão em cultos religiosos.
Entretanto, está é uma Casa do diálogo, o que tem que ser respeitado. Vamos reiniciar as negociações semana que vem.
Continuem se mobilizando e enviando situações vivenciadas que fortaleçam o projeto.
Agradeço à senadora Marinor Brito que enfrentou valorozamente um deputado homofóbico que, agressivamente, fazia gestos ofensivos enquanto eu me pronunciava para a imprensa.
Em resumo: não ocorreu o debate mais amplo e um deputado homofóbico colocou os que pretendem dialogar na boa fé em companhia constrangedora.

Fonte:

Agência Senado

Foto: Reprodução