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Pessoas com HIV podem se vacinar contra a febre amarela ; veja as orientações da infectologista

Genilson Coutinho,
06/02/2017 | 17h02

A busca pela vacinação contra a febre amarela aumentou consideravelmente no último mês. O motivo: algumas regiões silvestres, rurais ou de mata no Brasil vivem um surto da doença. O medo de contrair a febre amarela tem lotado os serviços de saúde no país. Até agora, casos da doença foram notificados nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Segundo o infectologista José Valdez Madruga, diretor da Unidade de Pesquisa de Ensaios Clínicos do CRT (Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids) de São Paulo, as pessoas vivendo com HIV/aids podem se vacinar contra a doença, mas o CD4 (células de defesa) do paciente deve ser maior do que 350. “A vacina não é indicada para o paciente com baixa imunidade”, explicou o especialista.

Valdez disse ainda que nem todas as pessoas vivendo com HIV precisam se vacinar neste momento. “A prioridade é vacinar quem mora ou vai viajar para as regiões onde se concentram os casos, como no leste de Minas Gerais, e Presidente Prudente [SP], por exemplo.”

Vacinação

A imunização contra a febre amarela faz parte do calendário nacional e está disponível nos postos de saúde. Tomar a vacina é a principal forma de prevenção contra a doença.

A transmissão da doença ocorre pela picada dos mosquitos Haemagogus e Sabathes. O Aëdes aegypti também é transmissor da febre amarela, mas apenas em área urbana.

Vale lembrar que, em situações de emergência, a vacina pode ser administrada já a partir dos 6 meses. O indicado, no entanto, é que bebês de 9 meses sejam vacinados pela primeira vez. Depois, recebam um segundo reforço aos 4 anos de idade. A vacina tem 95% de eficiência e demora cerca de 10 dias para garantir a imunização depois da primeira aplicação.

Pessoas com mais de 5 anos de idade devem se vacinar e receber a segunda dose após 10 anos. Idosos precisam ir ao médico para avaliar os riscos de receber a imunização.

Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus e câncer, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.

Sintomas

Os sintomas iniciais da febre amarela incluem febre de início, súbitos calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza.

Atualmente, no Brasil só há casos de febre amarela silvestre. A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus.

Clique aqui e veja se o município onde você mora ou para onde vai viajar tem recomendação da vacina.

Além dos municípios que têm recomendação para a vacina, como medida de prevenção, 14 municípios do noroeste do Rio de Janeiro e 26 municípios do oeste do Espírito Santo estão vacinando a população que mora próximo à divisa do leste de Minas Gerais com casos suspeitos.

Os seguintes estados não estão na área de recomendação para a vacina: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Da UNAIDS