Pela primeira vez em Cuba, transexual é eleito para cargo público

Genilson Coutinho,
19/11/2012 | 16h11


Mesmo após perseguir os gays por décadas, Cuba nomeou, pela primeira vez, um transexual a um cargo público. Adela Hernandez, de 48 anos, foi eleita delegada do pequeno município de Caibarien, na província de Villa Clara.
Mulher desde a infância, ela foi considerada “perigosa” por autoridades e já chegou a passar dois anos presa após sua família “denunciar” sua sexualidade. Por telefone, ela conversou com o jornal britânico The Guardian e disse que “com o passar do tempo, pessoas homofóbicas vão se tornando a minoria”. Para ela, sua vitória representa “um grande triunfo”.

Como nunca se submeteu a qualquer cirurgia de troca de sexo, Hernandez é juridicamente um homem. Sua posição política é equivalente a de um prefeito e, no início de 2013, ela pode vir a ser escolhida como um dos membros do parlamento nacional.

Antes de ser promovida aos cargos de enfermeira e operadora de eletrocardiograma, Hernandez trabalhou por décadas em um hospital como zeladora. Em sua comunidade, sempre foi conhecida pela militância e constante atuação política, o que a auxiliou a angariar votos.

A seu ver, “a preferência sexual não determina se alguém é revolucionário ou não”. Como eleita, ela alega que trabalhará primordialmente pelos interesses constitucionais. No entanto, não nega que também quer dar ênfase à defesa dos direitos da comunidade LGBT.