Pegação em banheiro público chega a academia (como tema de pesquisa)

Genilson Coutinho,
18/04/2011 | 00h04

Tedson Souza é jornalista, professor de radiojornalismo e pesquisador do sexo homoerótico em locais públicos. Desde a graduação em Comunicação Social pelo Centro Universitário Jorge Amado (2005-2008), Tedson desenvolve pesquisas sobre a conhecida “pegação” gay em Salvador, Bahia. Agora, está cursando um mestrado em Antropologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e preparando uma dissertação sobre a dinâmica das interações homoeróticas em sanitários públicos da capital baiana. A prática, conhecida como “banheirão”, embora bastante marginal, é também muito popular pois está pautada pelo anonimato daqueles que nem se identificam necessariamente com uma identidade cultural gay, e nem estão dispostos à livre expressão de uma identidade sexual socialmente.

O jornalista e pesquisador passou dias frequentando shoppings centers (pertencentes aos mais distintos seguimentos sociais), cinemas, praias, terminais de ônibus e supermercados. O trabalho de campo consistiu em, além de frequentar os lugares, conseguir a confiança dos participantes da modalidade de sexo que é, por definição, anônima, para finalmente obter depoimentos e cumprir a metodologia. “Para me enturmar e conseguir depoimentos, fiz o papel de bicha-vigia, que é aquele rapaz que olha lá fora e avisa se o vigilante ou o zelador do banheiro está por perto”, conta Tedson.

Foto: Genilson Coutinho