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“Patrimônio Imaterial ” é tema de exposição na Caixa Cultural de Salvador

Genilson Coutinho,
17/12/2014 | 10h12

Caixa Cultural - Exposição Patrimônio Imaterial Brasileiro - 20-08-2014-92

A CAIXA Cultural Salvador expõe, de 18 de dezembro a 8 de fevereiro, “Patrimônio Imaterial Brasileiro – A Celebração Viva da Cultura dos Povos”, que contempla objetos, fotos, vídeos, músicas e sons de 31 bens imateriais do povo brasileiro. Da Bahia, serão apresentados detalhes do ofício das baianas de acarajé, a roda de samba do Recôncavo e a secular festa do Senhor do Bonfim. Estes bens imateriais têm sido registrados ao longo de 12 anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Representando os povos que construíram a identidade do brasileiro, a exposição projeta imagens de índios, portugueses, italianos, africanos, japoneses e alemães, cujos traços estão miscigenados na população brasileira. As paisagens também são representadas por imagens de cidades, aldeias, sítios históricos, cachoeiras e praias que formam o rico patrimônio natural do País. Neste espaço, as pessoas poderão assistir aos vídeos sentadas confortavelmente.

Os ofícios, saberes e técnicas do povo brasileiro também estão na pintura, no tear, na dança, entre outros bens reconhecidos como imateriais. O ofício das baianas do acarajé, por exemplo, é apresentado por meio dos ingredientes usados para o quitute e do tacho onde é feita a massa. “O patrimônio não é o bolinho, mas tudo o que está envolvido na preparação. É essa imaterialidade que queremos passar para as pessoas”, explica o curador da mostra, o historiador Luciano Figueiredo.

Para compor a exposição, os idealizadores Fernanda Pereira, Mirna Brasil Portella e Luiz Prado contaram com o auxílio precioso de Figueiredo, que buscou os bens imateriais registrados ao longo de 12 anos pelo Iphan, órgão do Governo Federal que apoia o projeto por meio do Departamento de Bens Imateriais. Entre o material exposto, estão peças cedidas por vários museus do País.

Os bens expostos:

A exposição apresenta, por exemplo, a Cajuína, que entrou para o Livro dos Saberes do Iphan no dia 15 de maio de 2014; o modo artesanal de fazer queijo de Minas nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre, em Minas Gerais; e a Cachoeira de Iauaretê, lugar sagrado dos povos indígenas no Amazonas.

“O público poderá ver o barro usado para fazer a panela da moqueca, o processo da confecção, o significado desse trabalho; entender o saber envolvido na elaboração das bonecas Karajás, do acarajé, de uma festa religiosa, e a importância de uma cachoeira mítica”, revela Figueiredo. “A maioria dos brasileiros não tem conhecimento sobre esses bens imateriais”, comenta. Segundo Fernanda Pereira, a exposição também trará detalhes do Carimbó, dança de roda do litoral do Pará, último bem imaterial registrado pelo Iphan.

Antes de chegar a Salvador, “Patrimônio Imaterial Brasileiro – A Celebração Viva da Cultura dos Povos” esteve em exposição na CAIXA Cultural do Rio de Janeiro e de Fortaleza.

Os bens imateriais do Brasil:

– Ofício dos mestres de capoeira (nacional)

– Roda de capoeira (nacional)

– Arte Kusiwa, pintura corporal e arte gráfica Wajãpi (Amapá)

– Cachoeira de Iauaretê, lugar sagrado dos povos indígenas dos rios Uaupés e Papuri (Amazonas)

– Sistema agrícola tradicional do Rio Negro (Amazonas)

– Ofício das baianas de acarajé (Bahia)

– Samba de roda do Recôncavo baiano (Bahia)

– Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim (Bahia)

– Ofício das Paneleiras de Goiabeiras (Espírito Santo)

– Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis (Goiás)

– Rtixòkò, expressão artística e cosmológica do Povo Karajá (Goiás e Tocantins)

– Saberes e práticas associados aos modos de fazer bonecas Karajá (Goiás e Tocantins)

– Complexo Cultural do Bumba-Meu-Boi do Maranhão (MA)

– Tambor de Crioula do Maranhão (MA)

– Modo artesanal de fazer queijo de Minas nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre (Minas Gerais)

– Toque dos Sinos em Minas Gerais (MG)

– Jongo no Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo)

– Ofício de Sineiro (Minas Gerais)

– Modo de fazer Viola-de-Cocho (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)

– Ritual Yaokwa do povo indígena Enawene Nawe (Mato Grosso)

– Círio de Nossa Senhora de Nazaré (Pará)

– Festividades de São Sebastião na Região do Marajó (Pará)

– Carimbó, dança de roda (Pará)

– Fandango Caiçara (São Paulo e Paraná)

– Feira de Caruaru (Pernambuco)

– Frevo (Pernambuco)

– Maracatu Nação (Pernambuco)

– Maracatu do Baque Solto (Pernambuco)

– Cavalo-Marinho (Pernambuco e Paraíba)

– Cajuína (Piauí)

– Festa de Sant’Ana de Caicó (Rio Grande do Norte)

 

– Tava, lugar de referência para o povo Guarani (região de Missões no Rio Grande do Sul)

– Festa do Divino Espírito Santo de Paraty (Rio de Janeiro)

– Matrizes do samba: partido alto, samba de terreiro e samba-enredo (Rio de Janeiro)

– Modo de fazer renda irlandesa (Sergipe)

Serviço:

Exposição: “Patrimônio Imaterial – A Celebração Viva da Cultura dos Povos”

 Período: de 18 de dezembro de 2014 a 8 de fevereiro de 2015

Horário: terça-feira a domingo, das 9h às 18h

Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador (BA). Galeria Arcos

Ingressos: entrada gratuita

Informações: (71) 3421-4222

Classificação indicativa: livre

Abertura para convidados: 17 de dezembro, às 19h

Acesso para pessoas com deficiência

Créditos das fotos: Henrique Kardoso