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Paquistão ganha primeira apresentadora transexual de telejornal

Genilson Coutinho,
30/03/2018 | 11h03

Uma jornalista de 21 anos de idade está causando sensação no Paquistão por ser a primeira mulher transgênero a se tornar âncora de um noticiário na televisão, segundo a CNN.

Não se falava de outra coisa nas redes sociais do país, durante a primeira aparição de Marvia Malik no ar, em 23 de março, e agora a apresentadora viralizou no Facebook e no Twitter, onde muitos estão considerando a sua contratação como um progresso nos direitos de pessoas trans no Paquistão.

Malik, que trabalha para canal Kohinoor News, de Lahore, está grata pela atenção que recebeu, mas insiste que é preciso fazer mais quando se trata de melhorar as vidas da comunidade transgênero paquistanesa.

 Formada em jornalismo pela Universidade de Punjab, Malik disse à CNN que ela se candidatou para o cargo porque queria provar que as pessoas da comunidade transgênero “são capazes de qualquer trabalho e podem fazer o que quiserem”.“Eu quero mostrar ao país que somos mais do que objetos de ridículo… que também somos humanos”, disse ela.

De acordo com o censo mais recente do Paquistão em 2017, que registrou a população transgênero do país pela primeira vez, há cerca de 10 mil indivíduos que se identificam como transgênero em quase 200 milhões.

No início deste mês, o Senado paquistanês aprovou um projeto de lei para proteger os direitos da comunidade.

As disposições do projeto de lei incluem permitir que os indivíduos tenham o direito de mudar seu gênero em carteiras de identidade nacionais, herdar propriedades e não ser discriminados se buscarem um assento em cargos públicos.

Embora o projeto de lei tenha sido elogiado por ativistas e grupos de direitos humanos, a jornalista insiste que é necessário mudar as atitudes da sociedade para que essas leis sejam realmente levadas a sério e implementadas.