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Outubro Rosa: incidência de câncer de mama em jovens com menos de 35 anos está aumentando

Redação,
09/10/2020 | 16h10
(Foto: Ilustração)

O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. No Brasil, somente no ano passado, foram registrados cerca de 60 mil novos casos. Até o final de 2020, o INCA estima o surgimento de 66.280 registros. Apesar de ser mais comum em mulheres com mais de 50 anos, a oncologista do Hospital São Rafael (HSR), Lívia Andrade, reforça que a doença também pode ocorrer em jovens com menos de 35 anos de idade. “A incidência é rara, mas infelizmente os índices vêm aumentando até nesta faixa etária. Para ter uma ideia, em décadas passadas as estatísticas correspondiam a 2% e, agora, já estão em 5%”, conta.

Para a especialista, o grande problema está no diagnóstico tardio da doença e, por isso, a mamografia anual após os 40 anos de idade é uma importante ferramenta na detecção precoce. O autoexame também é um dos aliados na prevenção. “Apalpando o seio é possível identificar nódulos, secreções, mudança de formato, retrações ou alterações na pele. A avaliação é simples: com uma das mãos posicionada atrás da cabeça, as mulheres devem deslizar o dedo fazendo movimentos suaves e circulares por toda a mama, sem esquecer da axila. É importante fazer o processo uma vez por mês, uma semana após o término da menstruação”, explica Lívia Andrade, reforçando que é fundamental recorrer ao médico quando encontrar qualquer tipo de anormalidade.

Apesar de ajudar a identificar possíveis alterações, o autoexame não deve ser usado como única forma de detecção da doença. “Outros exames realizados por um médico especialista, como ultrassonografia e a mamografia, além de avaliação clínica e exames físicos, também ajudam a identificar o tumor e a preveni-lo. Quem tem histórico familiar da doença deve ter o sinal de alerta redobrado em relação aos cuidados e um acompanhamento diferenciado”, ressalta Lívia Andrade.

Segundo a oncologista, 80% dos nódulos identificados nas mamas são benignos. Os 20% restantes, mesmo sendo malignos, têm altas chances de cura. Por isso, a importância do diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo for identificada a doença, melhores serão as respostas ao tratamento e maiores as chances de cura. O tratamento, além da cirurgia, poderá incluir quimioterapia, radioterapia e/ou hormonioterapia. A indicação de cada um desses tratamentos dependerá do tamanho e das características do tumor em questão. A cirurgia, na maioria das vezes, é conservadora com a preservação da mama, porém, em casos mais avançados, quando o tumor é identificado de forma mais tardia, muitas vezes é necessário fazer a retirada total da mama. As cirurgias plásticas reconstrutoras, no entanto, estão cada vez mais avançadas, com excelentes resultados estéticos”, conclui Lívia Andrade.