Osvaldo Rosa estréia o espetáculo “Coração Desolado”

Genilson Coutinho,
19/08/2013 | 19h08

O espetáculo de dança, “Coração Desolado”, estréia em curta temporada, nos dias 21 e 22 de agosto, às 20h, no Teatro Martin Gonçalves, da Escola de Teatro da UFBa, no Canela. A montagem envolve seis dançarinos em torno das divergências entre os projetos humanos e sua concretização, mas com uma identidade propria, usando corpo e arte como suporte.
Como uma lavagem de sentimentos e inspirado no desolamento dos poemas de T. S. Eliot, da década de 40, ”Coração Desolado” é ao mesmo tempo inovador e ousado e revela as experimentações do corpo, e a poesia da arte em movimento.
Para o diretor Osvaldo Rosa, o objetivo é fazer o espaço falar, transformar o desolamento em várias situações, alimentá-lo de signos e sensações, impressões e movimentos. E com um trabalho de construção coletiva, se formaram ritmos e imagens. A ideia é estimular e usar o potencial imaginativo e criativo de cada um, interagindo e preenchendo a obra de arte com sua história de vida, a visão sobre o mundo e a vontade de refletir, se comunicar e se emocionar.
O espetáculo
“Coração Desolado” foi contemplado pelo Prêmio Funarte Petrobras de Dança Klauss Vianna 2012. O diretor Osvaldo Rosa formou uma equipe diversa, com a pretensão de criar um espetáculo que contenha um elemento físico e objetivo, sensível a todos. A montagem reúne ruídos, efeitos de vozes, ritmo físico, exploração de objetos novos e uma luz especial, para atingir sua função dramática, com uma grande qualidade musical que remete a lembranças e identificações pessoais, focadas na natureza da linguagem e da poesia
Elenco
No elenco os dançarinos: Camila Correia, Francisco Vilares, Jorge D´Santos, Luiza Bocca, Martina Pimenta e Thais Bandeira. A equipe artística é formada por Clênio Magalhães (Dramaturgia e Assistência de Direção), Saulo Barreto (Direção Musical), Pedro Dultra (Iluminação), Gabriela Rocha (Cenário) e Diego Solon (Figurino).
O Diretor
Ator, bailarino, percussionista, cenógrafo, coreógrafo e diretor, Osvaldo Rosa começou a carreira em Minas Gerais e em 40 anos de trabalho coleciona prêmios no Brasil e no exterior. Em 1982, como coreógrafo, recebeu o Prêmio de Melhor Espetáculo Infantil da Associação de Críticos de MG, pela montagem do “De Olhos Fechados”, uma produção do Grupo Galpão. No ano seguinte, com o espetáculo “Ó Procê Vê Na Ponta Do Pé”, recebeu como ator e coreógrafo, o prêmio de melhor espetáculo do Associação de Críticos de MG. O reconhecimento pelo trabalho continuou a cada ano e em cada novo espetáculo. Já atuando na Bahia, recebeu com a montagem “Adê – Até”, de Harald Weiss, o prêmio de melhor espetáculo do troféu Bahia Aplaude de 1994, na função de diretor assistente. A premiação se repetiu em 1995, com “ Prisão do Ventre”, na categoria destaque, pela concepção e estética do troféu Bahia Aplaude. Na França, em 2003, concebeu e dirigiu “La Croisée des Chemins”, uma produção da Cie Ochossí de France. De volta ao Brasil, em 2004, foi indicado para o Prêmio BRASKEM de Teatro, na Categoria de Melhor Espetáculo Infanto-Juvenil, com “A Maravilhosa História do Sapo Tarô”. As produções continuaram na França e na Bahia, e desde 2005, o também professor Osvaldo Rosa é responsável pela coordenação do Projeto de Teatro do Colégio Sartre COC. Em 2007, recebeu indicações de melhor texto, melhor direção, melhor espetáculo e destaque pelo figurino e cenário, recebendo os prêmios de melhor texto e espetáculo infanto-juvenil, do Prêmio Braskem, com “Pedro e a Cobra de Fogo”. Em 2010, recebeu outra vez o Prêmio Braskem de Teatro, na categoria de Melhor Espetáculo Infantil, onde atuou como narrador e diretor de cena do espetáculo” Pássaro do Sol”, do Roda Teatro de Bonecos. O trabalho continua.
Dramaturgia
O dançarino profissional Clênio Magalhães, assistente de direção e dramaturgo de “Coração Desolado” é professor de Dança e Educação. Já realizou e apresentou espetáculos independentes como “Banquete”, em cidades do Brasil e da França. Em 2008 apresentou o espetáculo autoral “Samba – Canção” na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Minas Gerais e recebeu, em 2009, o prêmio de melhor bailarino no FTI – Festival Internacional de Teatro de Ipatinga, em MG. Em Salvador foi bailarino da Companhia VILADANÇA do Teatro Vila Velha (de 2000 a 2003) se apresentando em oito estados brasileiros e duas cidades alemãs. Como bailarino e coreógrafo, participou de projetos como Dançar é…, Grupo Imagem, Quarta que Dança, A todo Gás, Mercado Cultural, Salão de Maio, Bienal do Recôncavo, Circulação FUNCEB, Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, Pelourinho Dia e Noite, Tabuleiro da Dança dentre outros.
Cenário
A estrutura cenográfica desafia os movimentos e o espaço, criando uma atmosfera rígida e fria, revelando a desolação.
Música
Além de criações inéditas de Saulo Barreto, “Coração Desolado” faz referência à música de Henry Purcell e Harald Weiss, pela sua carga dramática, em alguns momentos carregados de uma genuína percussão, em outros, desenhada de atmosferas complexas e também de melodias líricas e de rara beleza. Tudo para revelar a essência e a dramaturgia de um espetáculo que vem da alma de cada um, expressando os significados das imagens musicais.

Foto: Mara Lins
Serviço:
DATA: 21 e 22 de agosto
LOCAL: Teatro Martin Gonçalves – Escola de Teatro da UFBa – Canela
HORA: 20h00
INGRESSO: R$20,00 (inteira) / R$ 10,00 (meia)