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Oscar Gay 2021: GGB divulga lista dos premiados com o troféu Pau de Sebo e Triângulo Rosa

Redação,
17/06/2021 | 18h06

Desde 1991, seguindo a trilha do Oscar de Hollywood, o Grupo Gay da Bahia, entidade de utilidade pública municipal de Salvador, divulga pelo 30º ano consecutivo, o Oscar Gay, premiando com o Troféu Triângulo Rosa as personalidades e instituições que em 2020 deram maior apoio aos direitos humanos dos LGBT+, outorgando o Troféu Pau de Sebo, aos inimigos dos gays, lésbicas e transgêneros.

O Troféu Triângulo Rosa relembra o distintivo utilizado pelos nazistas nos campos de concentração para identificar os prisioneiros homossexuais: mais de 300 mil gays foram presos por Hitler por serem “schwul”, viados.

Desde então o Triângulo Rosa tornou-se o símbolo internacional do orgulho LGBT+. Pelo segundo ano, participaram da seleção dos premiados além do Grupo Gay da Bahia, o Grupo Dignidade de Curitiba e a Aliança Nacional LGBTI+, contando com assessoria de militantes gays de diversos estados.

Quanto ao Troféu Pau de Sebo, explica o jornalista Marcelo Cerqueira, Presidente do Grupo Gay da Bahia: “Aproveitamos uma tradição irreverente do folclore brasileiro para mostrar o ridículo de ser inimigo dos LGBT: por mais que queiram espezinhar os gays e destruir o movimento de libertação LGBT+, nunca chegam a seu objetivo, caindo e se lambuzando no pau de sebo da intolerância. Mesmo que esperneiem, aumenta a cada ano o número dos LGBT+ assumidos e o apoio dos simpatizantes, além das vitoriosas garantias legais a favor de nossa cidadania.” Prova disso é que o número de simpatizantes homenageados tem sido sempre superior aos homotransfóbicos: nesse certame, 32 X 22.

Segundo o historiador Luiz Mott, Decano do Movimento Homossexual Brasileiro, neste ano, infelizmente, coube pela terceira vez a um Presidente da República destaque dentre os que pisaram na bola da cidadania LGBT. Jair Bolsonaro, que no ano anterior associou típico guaraná cor de rosa do Maranhão aos ser “boiola”, utilizou agora uma expressão homofóbica para criticar a necessária cautela na prevenção do Coronavirus, ao dizer que “o Brasil é um país de maricas”! Em 2019 o Presidente disse ser “equivocada a decisão do STF de criminalizar a homofobia’, fazendo também declaração internacional contra o turismo de gays ao nosso país.

Quanto ao Troféu Triângulo Rosa, na opinião do Dr.Toni Reis, fundador do Grupo Dignidade de Curitiba e da Aliança Nacional LGBTI+, “consideramos de fundamental importância parabenizar as pessoas e instituições que apoiaram a agenda do Movimento LGBTI+ por incentivarem outros vips e entidades a entrar nessa luta cidadã. Também é crucial apontar e fazer a crítica, a partir de falas, fatos e evidências concretas, daqueles que discriminam nosso segmento. Por isso o Oscar Gay persiste há três décadas construindo cidadania e fazendo história no Brasil! E conhecereis a verdade e a verdade vos liberará…”

Ao todo foram contemplados 32 troféus dedicado aos amigos da comunidade LGBT, destacando-se políticos e órgãos públicos de 10 Estados, liderando São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Nesse torneio ocuparam os três primeiros lugares o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil de São Paulo, incluindo também o Governador de Alagoas, o Prefeito de Belo Horizonte e a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Alvissareiro o número crescente de padres católicos apoiando os direitos humanos dos LGBT23 instituições e personalidades receberam o Troféu Pau de Sebo devido a sua oposição à cidadania LGBT, observando-se a mesma predominância de São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo também Bahia, Paraná, Paraíba e Minas Gerais.

Ocuparam os primeiros lugares, além do reincidente Presidente Bolsonaro, seu ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, o Bispo auxiliar de São Paulo, o jogador Neymar e uma dezena de evangélicos entre artistas, políticos e pastores, ostensivamente homotransfóbicos.

De acordo com o último Relatório de Homicídios e Suicídios de LGBT+, em 2020 registraram-se 237 mortes violentas no Brasil motivadas pela homotransfobia.

Os diplomas Triângulo Rosa e Pau de Sebo são enviados pelo correio aos indicados.

Triangulo Rosa para os amigos dos LGBT:

  1. Supremo Tribunal Federal por ter considerado inconstitucional proibir a discussão de gênero nas escolas e derrubar portaria do Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde que proibia a doação de sangue por homossexuais;
  2. Ministério Público de São Paulo, pela criação do GECRADI, Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância, reconhecendo a homofobia como crime de racismo; Defensoria pública do Estado de São Paulo, por condenar Canal Mundo Canibal por homotransfobia;
  3. Polícia civil de São Paulo por proibir aos policiais emitir ou compartilhar mensagens que desrespeitem a cidadania LGBT;
  4. Governador de Alagoas, Renan Filho, pela criação da Delegacia de combate a crimes contra população mais vulneráveis, incluindo LGBT; Senador Fabiano Contarato, Deputado David Miranda e produtor Igor Albuquerque, pela iluminação do Congresso Nacional com as cores do arco-íris no dia 28 de Julho, Dia do Orgulho Gay; Deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), por defender cota de 10% obrigatória para LGBT em eleições; Deputada Tereza Nelma (PSDB\AL) pela realização da Audiência Pública sobre envelhecimento da população LGBT; Deputado Isaltino Nascimento e da Assembleia Legislativa de Pernambuco pela indicação do militante gay Sandro Cipriano como Patrono da Causa da Diversidade de Pernambuco; Deputado distrital Chico Vigilante e ativista Marcos Silva, pela inclusão da Parada do Orgulho LGBT de Brasília no calendário oficial de eventos do Distrito Federal; Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD-MG), o primeiro a participar da Parada Gay de Belo Horizonte e por condenar homofóbicos no programa Roda Viva; PSOL do Distrito Federal, por derrubar o decreto legislativo que invalidava a punição de discriminação por orientação sexual; Câmara Municipal de Bonito, MS, por vedar a nomeação de pessoas condenadas por crimes motivados também por homofobia e transfobia; Prefeita Maria Izalta da Silva Lopes, de Ibirajuba/PE, pela criação do Conselho Municipal LGBT;
  5. Juiz Sandro Lucio Pitassi, do Rio de Janeiro, por condenar ao ex-secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Pastor Ezequiel Teixeira, defensor da cura gay e por associar a homossexualidade a Aids e ao câncer;
  6. Arquidiocese do Rio de Janeiro por colaborar com a Prefeitura na busca de abrigo para pessoas trans sem teto; Padre Fabio de Mello, Taubaté, SP, por defender a união civil de casais gays: “É uma questão de justiça”; Padre Julião Lancellotti, SP, por divulgar vídeo pedindo perdão pela LGBTfobia da Igreja Católica; Padre Juarez de Castro, da Igreja da Assunção, de SP, por condenar declarações homofóbicas da pastora Ana Paula Valadão;
  7. Perfumaria Natura por veicular imagem do homem trans Thammy Miranda e seu filho bebê na publicidade do dia dos pais; Empresa Havaianas, por incluir o símbolo gay do arco-íris nas suas sandálias; Casas Bahia, pela incorporação de um casal gay na campanha “Nossa Casa é o Brasil, nossa causa o Brasileiro”;
  8. Latam Brasil, por suspender decolagem e acionar a Polícia Federal para proceder contra passageiro que chamou comissário de “viadinho e bosta”; Canal Brasil por dedicar robusta programação especial comemorativa do Mês do Orgulho LGBT;
  9. Universidade Federal de Santa Maria, RS, por condenar e investigar o ataque homofóbico contra pesquisa de aluno sobre homotransfobia; UniAraguaia pelo convênio com a Aliança LGBTI+ disponibilizando 100 bolsas integrais para população LGBT; Federação Catarinense de Futebol por receber na sua sede em Camboriú, delegação da Aliança Nacional LGBT para implantar orientações aos jogadores e dirigentes contra a homofobia; Delegacia Regional de Vila Velha, ES, por prender e investigar mulher que insultou casal gay;
  10. Atriz Vera Holtz, por rebater insultos homofóbicos do pastor Silas Malafaia: “Safadeza não é beijo gay. Safadeza é fazer lavagem de dinheiro e conseguir bens usando a fé”; Repórter Fábio Turci, da TV Globo, por celebrar o Dia Internacional do Orgulho Gay em sua página no Instagram; Ator Marcos Caruso, o Leleco da Avenida Brasil, por assumir-se bissexual em live;

Troféu Pau de Sebo para os inimigos:

  1. Presidente Jair Bolsonaro, por utilizar termo homofóbico ao dizer depreciativamente que “o Brasil é um país de maricas”; Ministro da Educação Pastor Milton Ribeiro, por declarar que “homossexualismo é causado pela existência de famílias desajustadas”;
  2. Deputada estadual Marta Costa (PSD\SP), da Assembleia de Deus, por projeto de lei proibindo publicidade contendo “alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionado a crianças”; Deputado Leo Motta (PSL-MG), pastor evangélico, por negar o direito ao batismo e demais cerimônias religiosas a LGBTs e seus filhos;
  3. Câmara e Prefeito de Campina Grande, PB, por sancionar lei que restringe o uso dos sanitários e vestiários escolares exclusivamente de acordo com o sexo biológico de cada indivíduo; Vereador evangélico Sérgio Nogueira, de Dourados (PSB-MS), por pleitear o confinamento de gays numa ilha por 50 anos; Vereador Alexandre Aleluia (DEM-Salvador), por tentar revogar a Lei que pune a LGBTfobia em estabelecimentos de Salvador; Vereador Douglas Gomes (PTC\Niterói), por ataques transfóbicos contra a vereadora trans Benny Briolly (PSOL\Niteroi, RJ); Vereador Donaldo Seling, de Maripá, PR, por suas ofensas homofóbicas nas redes sociais contra o ator Paulo Gustavo e viuva;
  4. Procurador Caio Augusto Limongi Gasparini, de São Paulo, por destilar ódio homofóbico nas redes sociais associando os gays à pedofilia;
  5. Ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, por declarar que “sexo gay é sujo, sádico, sem glamour”, chamando o Governador Doria e Prefeito Covas de “bando de alces” e aos Ministros do STF, Luís Roberto Barroso de “Lulu boca de veludo” e Edson Fachin de “Carmen Miranda”;
  6. Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo D. Jorge Pierozan, por negar o direito aos casais LGBT de adotar crianças; Colégio Pio XI, Rio de Janeiro, por discriminar dois alunos, recusando o uso do nome social a uma trans e chamando um gay de efeminado; Pastor Silas Malafaia pelo crime de injúria qualificada de transfobia ao criticar e promover o boicote da empresa de cosméticos Natura por ter contratado o ator transgênero Thamy Miranda para a campanha do Dia dos Pais; Pastor Aijalon Berto, de Igarassu, PE, pelas ofensas nas redes sociais contra a militante transexual Nattasha Vlasak;
  7. Jogador Neymar Junior, do Saint Germain, por ofensas homofóbicas contra o namorado de sua mãe, o modelo Thiago Ramos, referindo-se a seu padrasto com os termos “viadinho”, “da c* do car**lho”; Cantor Netinho da Bahia, por insultos à comunidade LGBT e apresentador Carlinhos Mendigo por declarações discriminatórias contra a publicidade da Natura no dia dos pais com imagens do homem-trans Thammy Miranda; Cantora gospel e pastora Ana Paula Valadão da Rede Super e o cantor André Valadão, da Igreja Batista de Belo Horizonte, por associarem a homossexualidade ao pecado e ao surgimento da Aids; Dupla sertaneja Pedro Motta e Henrique, pela música Lili, condenada pela comunidade trans por mensagens transfóbicas;
  8. Canal Mundo Canibal de São Paulo, por divulgar vídeos homofóbicos, transfóbicos e machistas, foi condenado em 80 mil reais pelo Tribunal de Justiça de São Paulo; Apresentador Emilio Surita, do Pânico da Jovem Pan, por expulsar de casa o filho Eric após revelar-se bissexual; Sikera Júnior, apresentador da Rede TV, condenado por graves insultos contra a modelo trans que representou Jesus crucificado na Parada LGBT de São Paulo;
  9. Hackers que invadiram com imagens e mensagens nazistas, discriminatórias e pornográficas o “Seminário Voto com orgulho”, da Aliança Nacional LGBTI+ de Curitiba;
  10. Bióloga Rumanelly Reis, de João Pessoa, PB, por chamar os LGBT de aberração e pervertidos, sendo condenada pela Defensoria Pública do Estado.