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Opinião :Missão Impossível: Fallout por Filipe Harpo

Genilson Coutinho,
29/07/2018 | 09h07

Filipe Harpo 

Existem dois tipos de interprete em Hollywood que fazem sucesso, levando o público aos cinemas. O primeiro, é o ator/atriz que faz desaparecer sua figura pública e sua interpretação é tão vigorosa a ponto da plateia acreditar que vê uma persona “real”. O outro, é o ator carismático e por mais esforço que faça, sua figura pública é muito mais forte que qualquer personagem. Estão no primeiro nível, gente como  Cate Blanchett,  Viola Davis e Hugo Weaving e no segundo time Will Smith, Julia Roberts e o astro principal desse novo Missão Impossível: Fallout, Tom Cruise…
O Sr Cruise, carismático além da conta, soube se reformular e transformou-se em um herói de filmes de ação, caminho também traçado por Denzel Washington e Lian Neeson. Mas Tom ocupa um lugar especial em Hollywood, esforçado como sempre foi, agora não usa mais dublês e sabe vender essa faceta pitoresca a favor da série, como produtor da mesma. Se no filme anterior o ator ficava pendurado em um avião real levantando vôo, agora ele capota de moto, corre por entre telhados, salta de paraquedas, pilota helicóptero e muito mais. Seria Tom, o novo Jackie Chan?…

Neste sexto capítulo, após o fracasso de uma missão, Ethan Hunt e sua equipe precisam resgatar três bombas de plutônio. As bombas passam de mão em mão e as reviravoltas (nem sempre coerentes…) pipocam na tela. Com esse “fiapo” de história, o cineasta Christopher McQuarrie consegue fazer um espetáculo. Muito bem filmado, a produção tem uma misancene de tirar o chapéu. É sempre tudo muito objetivo, claro e limpo, mesmo que esteja acontecendo uma balburdia em tela. Palmas para o diretor que soube manter o equilíbrio entre a trama boba que complica com o tempo, as cenas de ação não repetitivas e o jogo dos personagens, cada um com seu tempo e sua importância na trama. Sim, é um filme com muita mentira! Ou com lógica própria, a depender do seu ponto de vista. Mas ninguém vai ao cinema ver esse tipo de filme esperando encontrar sentido pra vida…

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Se você é desses… nem chegue perto! Este é um exemplo de entretenimento PURO! Mas feito de forma diferente.  A edição se esforça em mostrar ao público o esforço do elenco. As sequencias de ação, em momento algum, são confusas e somam a trama em tom crescente. E é claro, o carisma do astro da produção está intacto. A cada minuto em tela Tom dá o seu máximo e melhor para honrar o preço do ingresso. Desligue o cérebro e se divirta. Tom e sua equipe valem (E MUITO) sua atenção.


Filipe Harpo é diretor da SOUDESSA Cia de Teatro, historiador pela UNEB, realizador audiovisual pelo Projeto Cine Arts – UNEB – PROEX e apaixonado por cinema.