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Opinião: Colunista comenta o longa ‘Café da manhã em plutão’

George Araújo,
31/03/2013 | 10h03

Terceira semana seguindo com filmes com a temática LGBT. Desta vez, falo de um filme muito fofo e encantador – Café da manhã em Plutão.

É uma história que acontece com vários travestis, fala de preconceitos, de amor, mas de uma forma bonita – ao mesmo tempo real e fantasiosa. Fiquei completamente apaixonado com o filme. Espero que vocês assistam em breve.

 APAIXONANTE

Divertidíssimo, Café da manhã em Plutão é um belo e leve filme sobre a homossexualidade e o travestismo. Um filme rico e encantador que, com certeza encanta o público gay e, por que não dizer, o público heterossexual também – até mesmo os que são contra aos estereótipos e coisa e tal.

Patrick é fruto de um relacionamento entre um padre e uma doméstica. Sua mãe, sem condições de criá-lo, deixa-o na porta da casa do padre que entrega o menino para outra família. À medida que vai crescendo, Patrick usa os vestidos e acessórios de sua mãe adotiva e sua homossexualidade vai ficando cada vez mais aparente. Logo, a pequena cidade do interior da Irlanda vai ficando insuportável para o garoto, que ao ser expulso de casa não tem para onde ir e decide sair da cidadezinha – fato que ocorre com muitos homossexuais ainda hoje.

Patrick sai em busca de sua mãe, cuja única pista que tem é saber que ela foi ‘engolida por Londres’ e, ao mesmo tempo em que procura pela Dama Fantasma (mais um apelido dado à sua mãe), Patrick está em busca de si mesmo; de sua identidade, sendo que nesse caminho encontra várias figuras e paixões que vão enriquecendo sua vida rica e vazia. O final é diferente, mas bem simbólico. É a vida.

O que falar da interpretação de Cillian Murphy no papel principal? Digna de Oscar. O garoto convence num Patrick/Patrícia apaixonante, doce, delicado e inocente. Para Patrick tudo é cor de rosa – o que deixa o personagem super carismático e encantador. Diria que é a Amélie Poulain gay… Um fofo!

Café da manhã em Plutão tem duas horas de filme contadas em forma de capítulos com passarinhos falantes…, assim como no livro de Patrick McCabe em que o filme foi baseado. Direção de arte que nos apresenta muito bem os anos 60/70, atuações ótimas, roteiro sem falhas e a trilha magnífica do diretor Neil Jordan e sua filha, Anna Jordan. A trilha embala cada momento e os torna mais especiais. Encantadíssimo com o filme. Uma obra-prima.

‘Café da manhã em Plutão’ (2005) por George Araújo

Publicitário e Pós graduando em Marketing e Branding pela UNIFACS – Universidade Salvador.

Trabalha na área de marketing, criação gráfica, mídias sociais. É o idealizador do BlogayrosCampe apaixonado por cinema. twitter: @geoaraujos