O que é ser uma pessoa transexual?
Depois da aparição de Ariadna no BBB 11, o Brasil todo só falava em Transexuais em todos os jornais, internet e rodas de bate papo. Aqui no Site Dois Terços, não foi diferente diante dos pedidos dos nossos internautas de matéria que abordassem a temática.
Para esclarecer alguns questionamentos conversamos Liliana Lopes, Psicóloga e Arteterapeuta, sobre o tema onde ela nos trás seu parecer sobre o que é ser uma pessoa transexual.
Ser uma mulher transexual é ser alguém que nasceu com um corpo de homem, mas ao longo de toda sua vida sente-se uma mulher, ao contrário disso, ser um homem transexual é ser alguém que nasceu com um biológico feminino e ao longo de toda sua vida sente-se um homem. Homens e mulheres não transexuais exibem suas parcelas de feminilidade e masculinidade, uns mais do que os outros. Não existe quem seja 100% homem ou 100% mulher em sua constituição física ou mesmo psíquica. Já, as pessoas transexuais vivem uma vida sendo convocadas a comprovar sua feminilidade 100% ou sua masculinidade 100%. Isso não existe. Precisamos pensar sobre as formas de nos referirmos às pessoas transexuais. A transexualidade pode ser perigosa, não para a sociedade, mas sim para a própria pessoa que vive um exílio social no próprio corpo. O corpo é próprio de cada um, mas para o transexual esse corpo próprio está equivocado e pede para ser retocado. As questões em torno das classificações sexo/gênero impõem uma separação e o transexual reivindica as transformações corporais em nome da sua identidade psicossexual para que possa se sentir de acordo com as normas que organizam e classificam os grupos de pessoas de acordo a heteronormatividade. Ou seja, homens com fenótipo masculino e mulheres com fenótipo feminino. Júlia[1] é uma mulher transexual e diz: “Chamar as mulheres transexuais de HOMENS TRANSEXUAIS ou TRANSEXUAIS MASCULINOS, e vice-versa, destruindo absolutamente toda uma luta política e natural, para que se enxergue o ser a partir de sua identidade, e não de seu biológico. Isso só faz afastar as mulheres e homens transexuais dos consultórios, e os fazem se automedicar e procurar o anonimato, em um mundo que não os reconhece”.
O nome Julia é fictício, garantindo que sua identidade seja inteiramente preservada, como dita o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado.
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