O importante é tratar as pessoas com consideração, diz intérprete de Stephanie em Tapas e Beijos

Genilson Coutinho,
02/01/2014 | 09h01

Um dos seriados mais legais que há na televisão brasileira hoje é o “Tapas e Beijos”. Ele está há três anos na grade de programação da Globo e a cada temporada traz novos personagens para temperar a trama. Na primeira temporada, um dos destaques do programa foi a interpretação da travesti Lorraine, pelo ator Sergio Guizé. Ela teve um papel importante, pois além de trazer humor para o seriado, também ganhou o coração de Tijolo (Orã Figueiredo). Mas Sérgio teve que se despedir de “montá-la” para se dedicar ao papel de João Giba, em “Saramandaia”.

Por isso, os roteiristas de “Tapas e Beijos” trataram de apresentar outro personagem que se travestia e, nesta terceira temporada, trouxeram para dentro da casa das pessoas Stephanie, interpretada por Rafael Primot. Stephanie já chegou chegando e até se casou com Tijolo. A JUNIOR conversou com Rafael para saber detalhes de como ele estudou para dar realidade à personagem e o que Stephanie poderá aprontar daqui para frente em “Tapas e Beijos”.

Na entrevista, o ator revela que tem aprendido todos os dias a respeitar cada vez mais a identidade de cada um, seja lá qual for ela. Rafael conta também que demora nada menos do que duas horas e meia para se transformar em Stephanie e admite que a personagem tem lhe ensinado muito mais do que ele imaginava.

Como surgiu a oportunidade de fazer a Stephanie?
Eu fui pego de surpresa com o convite da produção e da direção do programa para integrar o elenco de “Tapas e Beijos”. Eu já tinha feito alguns personagens com características muito próprias no teatro e na televisão, como, por exemplo, o Ícaro, um gago esquisito em “Bela, a feia”; um folgado bêbado em “As Brasileiras”; um mauricinho bem paulistano e galanteador em “As Cariocas”, com a própria Fernanda Torres (também do elenco de “Tapas e Beijos”, a Vani), e estava em cartaz com “O Desaparecimento do Elefante”, da Monique Gardenberg, onde fazia um rapaz sem um olho e com um tipo de autismo. Eu adoro personagens que me desafiem e me coloquem em lugares inesperados, tento dar humanidade a todos eles, por mais distante de mim que possam parecer. E foi assim que me encontraram e me escalaram para fazer a doce Stephanie e, apesar da surpresa, fiquei muito empolgado com esta possibilidade.

Você teve algum laboratório com travestis para compor o seu personagem?
Foi tudo muito rápido e não tive tempo de fazer um processo longo de preparação, fui direcionado a compor um personagem novo e diferente da antiga namorada de Tijolo, feita pelo Sergio Guizé na primeira temporada. Então fui atrás de compor a Stephanie mais doce, meio atrapalhada, falando um pouco errado às vezes, mas sempre com tiradas mais fortes, já que é um programa de humor, e não estamos fazendo um documentário sobre o tema. Pesquisei alguns vídeos na internet, expressões de vídeos virais para ela e conversei com o maquiador Everton Soares, que faz minha caracterização no seriado e costuma fazer shows travestido. Foi muito divertido!

A Stephanie se casou com o Tijolo. O que ainda podemos esperar desta relação?
A relação deles vai pegar fogo, apesar de apaixonados, como todo casal eles brigam e Stephanie sempre se mete em confusão junto com ‘as amiga’ dela. E fazer TV, humor, ao lado de Andrea Beltrão e Fernanda Torres é garantia de muita risada, elas são duas das melhores, senão as melhores atrizes deste País, eu já imaginava isso. Mas trabalhar com elas e com aquele elenco, Fernanda de Freitas, Kiko Mascarenhas, Orã Figueiredo e Vladimir Brichta, é melhor do que eu podia esperar mesmo. – See more at:

Matéria  publicada na revista JUNIOR/2013