O número de casos de Aids aumentou entre os homens nos últimos dez anos. No Brasil, mais de 800 mil pessoas vivem com a doença.
O Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, é o maior distribuidor de antirretrovirais da América Latina. Muito por causa dos medicamentos que são distribuídos no hospital, a
Aids deixou de ser uma sentença de morte e passou a ser encarada como uma doença crônica, tratável. A evolução no tratamento é uma ótima notícia, mas que pode esconder alguns riscos.
“O jovem tem uma falsa percepção de que o fato de existir medicações para o tratamento é igual a cura. Isso não é uma verdade”, alerta Jean Gorinchteyn, médico infectologista do Instituto Emílio Ribas.
E são homens, jovens que estão relaxando na prevenção da doença. Em todo país, o número de infectados, entre 20 e 24 anos, subiu de 16 para 33 casos a cada cem mil habitantes, nos últimos dez anos.
“Na própria balada, ele pode sim ter o preservativo na sua carteira, na sua bolsa, e ele acaba não fazendo uso porque está em uso de drogas lícitas ou ilícitas que acabam impedindo a sua utilização”, afirma o infectologista.
A estudante Renata Ferreira e o professor de hip-hop Anderson Correa nasceram com o vírus, que foi passado pela mãe. É a chamada transmissão vertical. Eles fazem parte de uma fundação que tem como missão alertar o jovem.
“Eu falo nas escolas: o soropositivo tem duas escolhas, se ele tomar o coquetel, ele sai, ganha o mundo e constrói o que quiser. Agora se ele não tomar, ele vai passar por um bom período de dificuldade, internação e pode chegar a óbito”, afirma Anderson.
“A gente fala para eles: a gente não teve escolha, vocês têm. Então, vocês que costumam ir para festas, pra balada, usem preservativo. Era uma coisa que não era pra acontecer, porque hoje tem muito mais informação, muito mais conscientização. Então, não era pra isso acontecer entre os jovens”, diz Renata.
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