Novos medicamentos para tratamento da Hepatite C serão incorporados à lista do SUS

Genilson Coutinho,
06/07/2012 | 10h07

Uma boa notícia para quem é portador da Hepatite C: os novos medicamentos Telaprevir e o Boceprevir serão incorporados no programa de medicamento de alto custo do Sistema Único de Saúde (SUS). Estes trazem esperança a milhares de brasileiros que se encontram aguardando pelo tratamento, por não obterem avanços com os anteriores (Interferon-Peguilado + Ribavirina). Estes novos remédios são um grande avanço para hepatologistas, que aguardavam a incorporação destes pelo Ministério da Saúde.

Este e outros temas estão sendo debatidos durante o XV Simpósio Internacional de Terapêutica em Hepatite Viral, evento conhecido como Hepatologia do Milênio, que TERMINA HOJE EM SALVADOR, no Bahia Othon Palace Hotel.

Veja como os novos medicamentos aumentam a chance de sucesso no tratamento da Hepatite C:

·         Pacientes nunca tratados com nenhum medicamento: eleva a chance de sucesso de 45% para 70%;

·         Pacientes que já foram tratados, negativaram, mas o vírus retornou após tratamento: ele eleva a chance de sucesso de 25% para 90%;

·         Pacientes que foram tratados com Interferon Peguilado e Ribavirina e que não negativaram o vírus durante o tratamento: eleva a chance de sucesso de 5% para 35%.

Estima-se que no Brasil há aproximadamente três milhões de portadores de Hepatite C e a doença é responsável por 50% das indicações de transplante de fígado no país. O diagnóstico tardio torna o tratamento dificultado, fazendo com que 70% dos casos de câncer do fígado diagnosticados pelos hepatologistas sejam provenientes da Hepatite C. “Desses três milhões de infectados com esta doença, apenas vinte e cinco mil se encontram em tratamento na rede pública de saúde. Isso se deve à dificuldade do diagnóstico, como também à escassez de centros de referência em Hepatologia, uma vez que a especialidade tem poucos médicos no Sistema Único de Saúde do país”, alerta o médico hepatologista, Dr. Raymundo Paraná, coordenador geral do Simpósio.

Dr. Paraná explica ainda que parte das indicações de transplante de fígado e do câncer deste órgão se devem ao fato de que muitos pacientes já foram tratados com medicamentos atuais, Interferon Peguilado associado a Ribavirina, e não responderam. Estes aguardam pelos novos medicamentos como esperança de cura para a sua doença.