Nação Zumbi no Largo do Pelourinho

Genilson Coutinho,
05/03/2011 | 06h03

Depois da grande abertura, o Carnaval do Pelô não deixa por menos hoje (04). O dia começou com os blocos alternativos que preparam o ânimo dos foliões para as apresentações da noite. O bloco Boiada Multicor levou o maracatu, samba chula e a capoeira de Angola para o circuito Carnaval do Pelourinho enquanto que no bloco Bahia em Cena os integrantes vinham com os corpos pintados.

Um dos blocos mais esperados foi o Olodum que parou em frente à sua sede e fez um espetáculo à parte para espectadores como o Governador do Estado, Jacques Wagner, acompanhado por sua esposa, Fátima Mendonça, o deputado federal Nelson Pelegrino, a senadora Lídice da Mata e o secretário de comunicação, Robinson Almeida. Um convidado especial saiu pela primeira vez no bloco, o ator Rafael Zulu, o Adriano da novela “Ti Ti Ti”, e prometeu voltar. “Impossível não sair mais uma vez nesse bloco incrível”, disse Rafael.

No Largo do Pelourinho quem se apresentou foi o cantor de timbre marcante, Aloísio Menezes, que trouxe seu show com um repertório que passa pelo afro pop, reggae e samba. “É muito bom estar nesse lugar onde tudo começou, homenagear Mestre Prego e Neguinho do Samba, que eram meus amigos”, declarou emocionado o cantor. Sarajane matou a saudade dos foliões cantando o axé dos anos 90 e seu grande sucesso “A Roda”. Uma surpresa para os fãs da artista é que esse é o seu último Carnaval depois de 30 anos participando da festa.

No Largo Tereza Batista se apresentaram as bandas Nova Saga com Kamaphew Tawa e Dão e Caravana Black. O músico Dão visitou a exposição “Percussão, Percussionistas e Percursos” e achou merecida a homenagem feita aos percussionistas. “É muito justo porque a gente tem uma cidade poderosa musicalmente”, disse Dão.

Para quem ainda não pôde vir aproveitar a folia, a programação do Pelourinho promete mais diversidade amanhã (05). Durante o dia, desfilarão o bloco evangélico Sal da Terra a partir das 15h, o Veteranos do Pelô, formado por aposentados, a partir da 16h, quando também se apresentam o Frevo da Bahia com muito maracatu nas ruas do Centro Histórico. Às 22h, toda a energia movida a samba reggae da Bloco da Didá desfilará. Seguindo o projeto social Didá, o bloco não cobra o valor de sua fantasia em dinheiro: para participar, cada integrante troca dois produtos de limpeza, latinhas e dois quilos de alimento pela fantasia.

E ainda, na noite no dia 05, o principal largo do Centro Histórico receberá Magary e Nação Zumbi. Magary é inovador e traz ritmos e influências do soul, samba reggae, samba rock e samba de bordão, resultando no particular Black Semba, inspirado no Semba de Angola e ressaltando a matriz africana dos nossos ritmos percussivos. Nação Zumbi virá no show seguinte, trazendo o seu movimento manguebeat, da efervescência cultural do Recife para Salvador, flertando com a música regional e apostando em experimentos com batidas eletrônicas e os tambores de maracatu.

No Largo Tereza Batista o Carnaval dos anos 80 vai embalar os foliões com a banda Bailinho de Quinta, enquanto que na Praça do Reggae a banda Moa Anbesa (Leão Conquistador na língua Etíope) levará seu som que é resultado da interação musical entre o vocalista Ijahwell I’N’I, que compõe as músicas e letras, além das linhas de contrabaixo, teclado e percussão, juntamente com o guitarrista Milan Gordillo. No Largo Pedro Archanjo quem se apresenta é o percussionista Wilson Café e no Largo Quincas Berro d’Água o compositor Neto Bala encerra a noite.

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O Carnaval do Pelô através da Secretaria de Cultura (SeCult-Ba), do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) e do Programa Pelourinho Cultural promove a diversidade de ritmos e cultura em uma programação que, em seus 5 dias, conta com 200 horas de música gratuita e 95 atrações. Estima-se que mais de 100 mil pessoas circulem pelo Pelourinho diariamente durante cada dia de folia momesca entre locais e turistas, nacionais e estrangeiros.