Movimento LGBT pede dignidade para o Caso Itamar

Redação,
27/04/2013 | 03h04


Representantes do movimento LGBT da Bahia, da Polícia Militar e da Secretaria da Saúde reuniram-se na tarde desta sexta, 26, com o Superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos, Ailton Ferreira e com a Coordenadora do Núcleo LGBT da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos – SJCDH, Paulete Furação, para discutir as atividades de lançamento da Agenda Bahia – Maio da Diversidade LGBT, que acontecerá na próxima terça, dia 30 de Abril, às 10hs, no auditório da SJCDH.

A abertura do evento contará com a presença do Secretário Almiro Sena, representantes do Ministério Público, Defensoria Pública, Movimento LGBT site Dois Terços e outras autoridades. Durante o lançamento do Projeto Maio da Diversidade LGBT, será realizada a exposição fotográfica “Por que você veio?” de Adriana Prates e Alessandra Novaes.
Caso Itamar – Além de tratar dos detalhes finais do lançamento da agenda, os participantes da reunião discutiram sobre como os veículos de comunicação e outras instituições trataram o caso do assassinato do estudante de Produção Cultural da UFBA, Itamar Ferreira, ocorrido no último dia 12. “Não se pode elucidar um caso como esse baseando-se apenas na fala dos acusados”, disse a Advogada Anhamona Brito. Segundo ela houve um massacre público da imagem de um cidadão, que não levou somente a sua dignidade, mas também a dos seus familiares, amigos e da comunidade LGBT.

Cobrado pela recorrente falta de policiamento no local do crime, o representante da Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia – SSP, Tenente Coronel Ramalho Neto, afirmou que a elucidação do caso foi rápida, mas que existem alguns problemas que a polícia não pode resolver. “A Guarda Municipal é responsável por zelar pelo patrimônio. As polícias só atuam em situações mais sérias”, afirmou o coronel, reiterando a disponibilidade da SSP em encontrar, em parceria com o movimento, soluções para conter a violência contra o público LGBT, principalmente no Centro de Salvador.

Para o Superintendente Ailton Ferreira, a questão vai além da violência. “Nós estamos aqui para dar a dignidade que Itamar e sua família merecem. O Estado está e vai continuar vigilante na proteção de todos, não importa a sua orientação”, disse Ferreira alertando que os índices de crimes homofóbicos são preocupantes e que o tratamento correto do caso Itamar pode impulsionar a luta contra a homofobia.
Durante o encontro ficou decidido que às 16hs do próximo dia 8 de maio, data em que seria comemorado o aniversário de Itamar, a Praça do Campo Grande será palco de uma manifestação pacífica contra a homofobia.