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Mateus Aleluia apresenta “O Canto dos Recuados” no Centro Cultural Plataforma

Genilson Coutinho,
23/11/2016 | 14h11

Uma noite dedicada a mergulhar nas matrizes culturais brasileiras é o que promete o cantor e compositor Mateus Aleluia através de seu projeto O Canto dos Recuados, que será realizado no dia 25 de novembro, às 20h, no Centro Cultural Plataforma. Trata-se de um espetáculo musical, pedagógico e visual que traz questões sobre a miscigenação das culturas indígena, africana e barroca, a fim de sensibilizar o público para uma abordagem consciente sobre a história do povo brasileiro. A entrada é gratuita e a classificação é livre.

Toda apresentação é baseada no vasto repertório musical de Aleluia, desde seu trabalho autoral em Os Tincoãs, até o seu mais recente disco, Cinco Sentidos. O cantor ainda traz cânticos de domínio popular, canções indígenas e samba de roda, e promove intervenções para apresentar um pensamento sobre temas específicos da história dos povos que aqui se encontraram, formando o Brasil. Com o auxílio de projeção de imagens diversas, bem como de trechos de filmes, o show articula diversas linguagens, provocando a plateia a desenvolver um questionamento consistente sobre os caminhos da nossa sociedade. Essa primeira edição do projeto O Canto dos Recuados é realizada pela Sanzala Artística e Cultural e conta com patrocínio da Bahiagás.

Natural de Cachoeira, cidade localizada no Recôncavo Baiano, Mateus Aleluia é compositor, cantor e instrumentista. Juntamente com Dadinho, ele é remanescente do grupo vocal Os Tincoãs, que trabalhou, através da música, o sentimento ancestral que temperou o perfil cultural da região, em geral, e da cidade de Cachoeira, em particular. Esta mescla de cultura responsável pela amálgama dos hábitos do município explodiu através do grupo em sua fase afrobarroca, sintetizado em cinco LPs, quatro compactos e algumas participações especiais. Idealizador do projeto O Canto dos Recuados, Aleluia desenvolveu um roteiro que tem como foco a mestiçagem artístico-cultural brasileira, ressaltando como o fio condutor deste processo a cultura e a história da África. Muito desse olhar se deve à sua estadia em Angola, onde viveu desde 1983 até anos recentes.