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“Marco Feliciano manipulou para falarem mal”, diz travesti que foi “crucificada” na Parada

Genilson Coutinho,
10/06/2015 | 10h06

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A modelo e atriz Viviany Beleboni foi ao Superpop, da RedeTV!, na noite desta segunda-feira (8) para falar sobre a polêmica manifestação em que apareceu crucificada na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo no domingo (7).
segundo a travesti, que alega ter tido a intenção de pedir “basta aos crimes LGBTfóbicos”, foi o deputado Marco Feliciano o responsável por levantar a onda conservadora para a manifestação e indicar que houve desrespeito.
Na postagem em que critica a manifestação, Feliciano inclui, além da foto de Vivianny, fotos de outras manifestações polêmicas na postagem. Dentre elas, a de pessoas introduzindo imagens de santos no ânus, o que nunca aconteceu na Parada. Veja na imagem abaixo.
“Ele conseguiu inverter tudo no Facebook, manipulou para as pessoas falarem mal de mim. Sabe o que ele fez? Ele publicou a minha foto e, embaixo, colocou fotos de outras manifestações que não tinham a ver com o protesto. E nestas fotos havia a interpretação de desrespeito, então as pessoas não quiseram nem saber e passaram a me criticar”, afirmou ela.
No programa, Viviany declarou que deseja paz ao deputado e questionou a palavra “cristofobia” levantada por ele. “Cristofobia? Medo de Cristo? Isso não existe. Eu achei ridículo o que ele fez e acho que ele precisa de paz. Porque ele não deve ter outra coisa na vida além de transformar amor em ódio. Deus ama a todos, a todos”, frisou ela.
Bastante emocionada, ela afirmou que a ideia foi um desabafo frente a tantos crimes LGBTfóbicos sem qualquer tipo de lei específica para condenar. Ela também salientou que não estava interpretando Jesus Cristo, mas a dor da comunidade em que ela sofre. “Estava interpretando eu mesma e representando os GLBT que são vítimas de preconceito. É chocante porque a realidade que vivemos é chocante”, acrescentou.
Além das críticas, que chegaram à ameaça de morte, Viviany recebeu algumas manifestações de apoio de famosos e políticos. Dentre eles, o cantor Tico Santa Cruz e odeputado Jean Wyllys, que afirmou que a crucificação serve de inspiração e material para as artes laicas desde a Independência Americana (1776) e Revolução Francesa (1789).
“Por que essa apropriação merece mais repúdio e “indignação” do que, por exemplo, as capas de Veja e Placar ou do que o Cristo alegórico de Joãozinho Trinta no Carnaval do Rio ou mesmo do que as esquetes do humorístico Porta dos Fundos no YouTube? Ora, porque se trata de uma representação feita por um membro da comunidade LGBT! (…) Essa manipulação de preconceitos por parte dessas lideranças religiosas só é possível graças à estupidez contagiosa que vem tomando conta das pessoas em suas relações sociais dentro e fora da internet e que elas, as tais lideranças, ajudaram a espalhar”.

Da Acapa

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