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Mãe e filho criam ONG de apoio a homossexuais em MS

Genilson Coutinho,
09/07/2015 | 10h07

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“A gente tem que lutar pela igualdade, pela liberdade, pelo fim do preconceito e a mãe, o pai, a família é a base para que eles possam sair lá fora”, diz a empresária Renata Rodrigues, que é mãe do empresário, homossexual, Robert Rodrigues. Os dois criaram uma organização não governamental (ONG) para apoiar homossexuais no acolhimento sobre orientação sexual, em Campo Grande.

A ideia surgiu em casa, logo quando Robert disse para a mãe que era gay. Segundo ele, o processo de descoberta não foi simples, mas houve compreensão entre os dois. “Quando eu contei para ela, quer dizer, ela me pressionou e eu acabei falando. Mas foi muito de boa já por ela saber que eu era diferente”, afirma.

Renata explica como reagiu ao saber da orientação sexual do filho. “Quando a mãe se posiciona em relação a posição do seu filho, tudo fica mais fácil. Você encara até o preconceito das pessoas e é muito mais fácil”, diz.

Após a aceitação da mãe entre os amigos de Robert, também homossexuais, foi criada a ONG. “Eu tenho muitos amigos que a família não sabe ou não aceita tanto e não tem aquela abertura. Daí eu comecei a perceber que todos eles vinham conversar com minha mãe. Eles [amigos] gostavam muito de estarem com ela. E aí, todo mundo desabafava dizendo que queriam ter uma mãe igual minha”, conta.

Eles já estão recebendo pedidos de ajuda através da internet e a empresária finaliza dizendo sobre união. “O amor constrói e eu acredito que a luta pela violência, pelo fim do preconceito, precisa de todos nós”, afirma a Renata.

Homofobia

Denúncias através do Disque 100 relacionadas à homofobia, em Mato Grosso do Sul, estão diminuindo, segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos. Em 2014 foram registradas 13 denúncias e em 2013 foram 21, sendo quase metade do índice atingido em 2012. De janeiro a junho de 2015 foram recebidas nove denúncias relacionadas à discriminação, negligência e violência física.

De acordo com o presidente da comissão de diversidade sexual da Organização dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso do Sul, Julio Valcanaia, no primeiro semestre de 2015, já foram registrados dez homicídios relacionados à homofobia. Ele informa que maioria destes homicídios ocorreram em Campo Grande e, além disso, há registros também de violação de direito em espaço público, como injúria e negação de uso do nome social.

Do G1