Comportamento

Social

Luisa Marilac esclarece foto com lesões e divulga vídeo sobre crimes contra trans

Genilson Coutinho,
23/06/2015 | 16h06

Travesti conhecida por meme dos “bons drinks” postou imagem maquiada e vídeo para chamar atenção aos crimes contra transgêneros.

(Foto: Reprodução/ Instagram)

A travesti Luisa Marilac postou em seu Facebook na noite de ontem uma imagem sua com lesões por todo o rosto.

Seus seguidores começaram então a perguntar se estava tudo bem e o que tinha acontecido.

Duas horas depois, ela postou a foto em seu Facebook, seguida de uma lista com 70 nomes de transgêneros que foram agredidos e o tipo de violência que sofreram, indo de agressão a assassinato.

“A todos vocês que gostam de mim que torce por mim que se preocuparam por mim peço desculpa essa foi uma forma de dar visibilidade à mulher transando estão nos esterminado e nada acontece

1-Trans não identificada assassinada a tiros
2-TC 28 anos
3-Trans não identificada a esclarecer
4-Loren 28 anos facadas
5-Natália 21 anos tiros
6-YFOS 20 anos
7-Não identificada 28 anos facadas
8-Agata 23 anos estuprada e espancada
9-Keity 23 anos facadas
10-Lara 16 anos apedrejada
11-Trans não identificada 32 anos facadas
12-capitu 31 anos esganadura
13-Milena afogamento
14-Pata 35 anos estrangulada
15-Didinha 18 anos tiros
16-MHL 24 anos facadas
17-Carollina 20 anos tiros
18-Léo 26 anos tiros
19-Piu 25 anos tortura
20-Pandora 26 anos overdose
21-Trans não identificada a tiros
22-Stefanny tiros
23-Mikal Tiros
24-Bianca facadas
25-Job 46 anos tiros
26-Jean facadas
27-Bruna 47 anos espancamento
28-Regina 37 anos facadas
29-Bruna 15 anos tiros
30-Vitória 29 anos tiros
31-Bruna 20 anos espancamento
32-Vanessa 18 anos facadas
33-Debora apedrejada
34-Lotinha 44 anos-facadas
35-Bodinha-tiros
36-Patricia 27 anos -facadas
37-Adriana 22 anos-tiros
38-Bianca 22 anos-tiros
39-Trans não identificada -tiros
40-MLAR 13 anos -facadas
41-Bia 24 anos -facadas
42-Trans não identificada 17 anos
43-Sabrina 21 anos -tiros
44-Monique 43 anos-tiros
45-Ticiane 21 anos -tiros
46-Vandressa -tiros
47-JCPW 27 anos -tiros
48-Barbara Sodré 29 anos -facadas
49-Trans não identificada 25 anos-facadas
50-Priscila 23 anos-tiros
51-Regina -facadas
52-Trans não identificada -espancada
53-Trans não identificada-tiros
54-Trans não identificada assassinato a esclarecer
55-Karol 30 anos-asfixia
56-MDSS 21 anos-espancamento
57-Andreia 29 anos -tiros
58-Kelly 31 anos-facadas
59-Juju 25 anos-tiros
60-Trans não identificada 36 anos-facadas
61-Trans não identificada-estrangulamento
62-Kauane 35 anos-tiros
63-Trans não identificada-tiros
64-Bruna assassinato a esclarecer
65-Mara 22 anos-tiro
66-Trans não identificada -tiros nos olhos
67-Veronica 20 anos- facada
68-Gina 30 anos-tiros
69-Trans não identificada (25-30 anos) tiros
70- Laura 18 anos -tiros e espancamento de policiais militares SP”.

Na manhã de hoje, Luisa divulgou um vídeo explicando a ação.

“Meu nome é Luisa Marilac, sou travesti e fui vítima da transfobia, a transfobia existe, a transfobia mata”, diz a travesti no começo do vídeo.

Em seguida Luisa indaga: “Assustei vocês aí de casa hoje, né? Também tenho me assustado todos os dias quando eu ligo o computador e recebo mensagem que mais um travesti (sic) foi assassinado, que mais um travesti tomou tiro, levou facada…”, desabafa.

“Nós somos a minoria, precisamos da ajuda de vocês que são a maioria para cobrar. Estamos sendo exterminadas como animais, como bicho. Matam fazem o que querem e ninguém faz nada,” explicou Luisa.

Ela então relatou um trecho de sua história e explicou que quer fazer de tudo para dar visibilidade à comunidade trans.

“A mulher trans tá sofrendo pão que o diabo almoçou, o jeito que ficou minha cara ali (na foto) muitas mulheres já ficaram. Eu levei sete facadas, perdi um pulmão e minha cara ficou pior que aquilo ali. Mas eu sobrevivi pra contar aqui.”

Segundo o último relatório sobre violência homofóbica no Brasil da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) publicado em 2012, mais da metade dos crimes homofóbicos são contra transgêneros.

De acordo com a pesquisa, as travestis foram as mais vítimas de violência homofóbica, sendo 51,68% do total; seguidas por gays (36,79%), lésbicas (9,78%), heterossexuais e bissexuais (1,17% e 0,39% respectivamente).

*As informações são do Buzz Feed.