Livro com dicas, conselhos e reflexões sobre a ótica de um gay contemporâneo será lançado em Salvador

Genilson Coutinho,
04/07/2013 | 09h07

No mundo onde deputados aprovam projetos de “cura gay” e relações homoafetivas são questionadas, o escritor Hugo Porto lança a autoficção biográfica “Bóris, meu amigo gay”. A publicação terá noite de autógrafos na Livraria Cultura do Salvador Shopping, no próximo dia 18 de julho, a partir das 19 horas. Na mesma data, iniciam-se as vendas exclusivas na rede de lojas da Livraria Cultura por todo Brasil e na internet, através do site da empresa. O lançamento oficial do livro acontecerá na Parada Gay de Salvador, em setembro.
No livro, Hugo Porto descreve a forma como enxerga o mundo, suas percepções, anseios e a naturalidade com que lida com o assunto diz respeito a essa verve autobiográfica. Trata-se de uma autoficção biográfica na qual o autor se utiliza de uma versão particular de sua própria vida para expor questões vividas por um gay contemporâneo. Considerando as mais variadas situações sociais que esta parcela da população brasileira vivencia atualmente, Porto traz uma série de reflexões a respeito da ótica deste “novo gay”.
Na obra, Porto apresenta Bóris, o amigo gay, e revela a necessidade de dialogar com o leitor de uma maneira franca e decidida, aberta, apresentando a vida e as experiências de Bóris na sua formação quanto ser humano. Desde o primeiro capítulo, pode-se notar os conflitos pelos quais a personagem atravessa, aproximando-a de um problema vivido por muitos gays contemporâneos – o bullying. No decorrer da história, o texto mostra as vivências da personagem até sua situação atual, a plenitude da aceitação de sua sexualidade em nosso contexto social.
A despeito dos preconceitos e liberto de todas as amarras da linguagem, Porto prioriza a liberdade de expressão em suas mais diversas formas, sobretudo ao inserir colocações do próprio Bóris no capitulo II, onde deixa de ser interlocutor da obra. Assim, sua participação passa a ser mais ativa e efetiva, dando-lhe o tom confessional. A aproximação é íntima e os conselhos soam como uma tentativa de estabelecer uma conversa informal entre a personagem e o leitor.
É objeto de reflexão, também, a relação entre o homem e a sociedade, no sentido de reconhecer o seu espaço e como este pode se comportar no mundo. É nesse viés que o capítulo III encaminha o leitor a uma contextualização do papel da internet e das novas redes sociais em relação à construção e manutenção da cartilha social de valores e pudores, aberto, sempre, a novas possibilidades.
Depois de se permitir conhecer Bóris, e penetrar no universo gay, o leitor pode se sentir mais preparado para receber, com uma instigante curiosidade, as mais diversas opiniões e dicas diferenciadas deste gay. Assim, Bóris e o leitor passeiam entre os universos masculino e feminino, a partir da análise e de pontos de vista sobre os mais variados assuntos, incluindo beleza, comportamento, consumo, relacionamento, sexo e trabalho.


Foto: Fabio Peixoto