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Linn da Quebrada denuncia motorista de Uber que a barrou em carro por ser travesti

Genilson Coutinho,
22/08/2018 | 11h08

G1

A cantora Linn da Quebrada denunciou nesta segunda-feira (20) um caso de transfobia que sofreu ao pedir um Uber. Segundo ela, um motorista da empresa se recusou a deixá-la entrar no carro por ser uma travesti.

Apesar de ter reclamado da situação para a empresa, ela relata que não obteve respostas ou um posicionamento.

Esta não foi a primeira vez que foi discriminada ao solicitar corridas no aplicativo, declarou Linn ao G1. Ela relata que além de transfobia, já sofreu assédio e foi ridicularizada pelo lugar de onde vinha. “Isso aconteceu porque eu sou travesti, preta e de um bairro periférico na extrema zona leste”, conta.

Mesmo com condições de pagar a corrida e usufruir do serviço, Linn conta que motoristas se comportam como se estivessem lhe fazendo um favor. “Eu pertenço à classe mais baixa da cadeia sexo-social. E quando situações assim acontecem, o sentimento que tenho é de completa impotência”.

Providências

Após o ocorrido, a cantora tentou denunciar o que houve pelo próprio aplicativo, mas não conseguiu. O motorista havia cancelado a corrida e as reclamações só podem ser feitas para corridas realizadas.

Ela pretende tomar medidas contra a empresa. “Eu não quero uma viagem de graça. Quero treinamento de relações humanas para seus funcionários. Que vejam a nós, pretos, periféricos e travestis, como seres humanos”, pede.

A Uber informou que já entrou em contato com a Linn para proceder com a queixa. Em casos de incidente ou violação, a empresa diz que a maneira mais eficiente para denúncia é por meio do app.

Em nota enviada ao G1, ela explica o procedimento: “É só abrir o menu e clicar em ‘Suas Viagens’, selecionar a viagem, clicar na opção ‘Opiniões sobre o motorista’ e em seguida escolher alguma situação ou ‘Tive outro problema com meu motorista’. O app abre um campo onde o usuário escreve seu relato. A Uber conta com uma equipe de suporte que analisa caso a caso com rapidez. É importante frisar que o conteúdo é completamente sigiloso e não será divulgado”.