Lésbicas denunciam bloco no por discriminação na circuito da folia no Piauí.

Genilson Coutinho,
07/03/2011 | 15h03

A estudante Lígia Costa, 32 anos, e sua companheira afirmaram que vão registrar queixa contra a presidente do bloco “Nós Tudinha”, Patrícia Amália Castro, por discriminação, pois Lígia foi impedida de desfilar no bloco vestida de prostituta na noite deste domingo (6).

Segundo a estudante, a intenção de desfilar trajando um espartilho e meia-calça seria a de chamar atenção para as prostitutas, uma classe que não tem políticas a seu favor. Lígia alegou que a presidente do bloco pediu para que ela se retirasse do local, discriminando-a na frente de todos os foliões da avenida Marechal Castelo Branco.

Anísia Teixeira, companheira da estudante e filiada no PT, informou que vai pedir ainda a desfiliação de Patrícia do partido, uma vez que a presidente do bloco também é petista. Anísia Teixeira, que também é membro da Liga Brasileira de Lésbicas, disse que vai comunicar o fato para o grupo Matizes.

“A Patrícia discriminou a Lígia na frente de todos, foi um grande constrangimento. Eu estou indignada”, relatou Anísia, que estava fantasiada de homem.

A presidente do “Nós Tudinha” defendeu-se dizendo que a proposta do bloco foi entendida de forma errada. “A proposta não é levar mulher nua para a avenida, e sim fazer uma homenagem às mulheres no poder”. Patrícia disse ainda que chegou a dar um abadá para Lígia, que se recusou a vesti-lo. “Ela quer mesmo é polemizar. Se ela quiser pedir minha desfiliação do PT, pode ir, eu não tenho medo”, completou, ressaltando que no próprio bloco há integrantes da Associação das Prostitutas e que a situação não se tratou de discriminação.

Fonte: Cidade Verde

Fotos:Yala Sena/Cidadeverde.com