Lançado manual de recomendações para a atenção integral a adolescentes e jovens vivendo com HIV/aids;baixe aqui

Genilson Coutinho,
26/02/2013 | 09h02

O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais atualizou o manual “Recomendações para a Atenção Integral a Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/aids”. A publicação, elaborada em 2006, e agora em sua segunda edição, é voltada aos profissionais de saúde, para auxiliá-los nos aspectos relacionados ao cuidado integral dessa parcela da população, voltados à promoção da qualidade de vida e da própria assistência médica.

Os temas do manual foram definidos a partir da discussão realizada com representantes da Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV e Aids, profissionais de saúde e pesquisadores. “A participação dos próprios jovens foi fundamental para que pudéssemos dirigir a esse grupo o olhar apropriado, com suas características e necessidades socioculturais específicas”, disse o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco.

A publicação aborda temas como adolescência, revelação diagnóstica, adesão ao tratamento, saúde sexual e reprodutiva, avaliação nutricional e transição. Esse último item, segundo Greco, merece destaque, pois é uma das grandes dificuldades relacionadas à permanência no tratamento. “Muitos jovens de hoje começaram o tratamento quando crianças, e eram assistidos por uma equipe pediátrica, com a qual criam um vínculo semelhante aos laços de família. Por isso, é comum ver a relutância desses jovens em passar para o serviço de atendimento de adultos”, explica.

Dados do Departamento mostram que a epidemia de aids tem crescido entre jovens e adolescentes. Enquanto em 2001, a taxa de incidência (número de casos para cada 100 mil habitantes) na faixa etária de 15 a 24 anos, era de 9,3, em 2011, foi de 10,9. O número de casos nesse grupo saltou de 3.237 para 3.755.

Para Greco, isso se deve, em parte, ao fato de que os jovens não viveram a epidemia dos anos 80, que vitimou Cazuza e outros ídolos. “Infelizmente, há uma falsa sensação de segurança, de que a aids tem tratamento e não mata mais. Grande parte dos jovens vê a aids como uma doença crônica e, por essa razão, não tem tanta preocupação em usar o preservativo”, disse.

A publicação, que terá tiragem de dez mil exemplares e será enviada aos profissionais de saúde, já está disponível aqui .