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Teatro

Kaiala: em solo, Sulivã Bispo aborda intolerância religiosa e genocídio do povo negro.

Redação,
05/02/2019 | 23h02

Foto: Andréa Magnony

Kaiala é a poesia que se movimenta para dar voz à memória de uma menina de 10 anos brutalmente assassinada por evangélicos sedentos pelo fim do terreiro ao qual a criança pertencia.

Dentro da tradição bantu, (candomblé da nação Angola) Kaiala tem as águas como seu domínio, é a geradora de todas as espécies, inclusive da raça humana.

A dramaturgia traz a visão da divindade de maneira poética e contemporânea, fazendo um paralelo com o momento tão delicado de intolerância religiosa no país,  que vem atingindo em sua maioria os adeptos dos cultos de matriz africana.

Em solo de estreia, Sulivã Bispo também conhecido por interpretar o personagem Mainha na Web série Na Rédea Curta, foi indicado na categoria de melhor ator do prêmio Braskem de teatro pela atuação em Kaiala, espetáculo que o faz imergir em um novo universo teatral e narra a trajetória da menina interpretando três personagens, a avó e ialorixá, o irmão de santo e, por último, a evangélica.

Em uma mescla entre o real e o fictício, a trama é costurada a partir da função que cada personagem tem na vida da protagonista.  A avó, por exemplo, traz o contexto religioso. A questão de gênero, além do racismo, são representados pela figura da evangélica.

 

Quem faz

Com direção de Thiago Romero, coreografia de Nildinha Fonseca, e direção musical assinada por Sanara Rocha e Luciano Salvador Bahia, o espetáculo retorna, após quase dois anos de sua estreia, em curtíssima temporada.

A história de Kaiala será contada em quatro apresentações, no Espaço Cultural da Barroquinha. Nos dias 9, 10, e 17 de fevereiro, o espetáculo tem início às 17h. No dia 16, às 18h, sem atrasos.

Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) e podem ser adquiridos através do Sympla ou na bilheteria do local.