Jovem trans que entrou em coma após aplicação de silicone industrial deixa UTI
G1
A transexual que entrou em coma após aplicação de silicone industrial em parte do corpo deixou a UTI do Hospital de Base em Bauru (SP) e segue em tratamento no leito clínico, na enfermaria da unidade. Segundo o boletim médico divulgado nesta terça-feira (12), o estado de saúde de Renatta Velask, de 19 anos, é estável clinicamente.
A irmã da jovem, Amylee Velask, que também é transexual e vive em Portugal, contou que apesar da melhora no estado de Renatta, ela não está conversando e segue em estado de coma.
De acordo com os médicos, a parada foi em consequência às infecções provocadas pela infiltração do silicone nos tecidos e músculos. E desde o dia que ela deu entrada no hospital, os médicos tentam retirar o produto do corpo dela.
Entenda o caso
Renatta mora em Lins e a aplicação foi feita na casa dela. De acordo com a mãe, que prefere ter a identidade preservada, as dores da filha começaram dias depois que a substância foi injetada por um conhecido da jovem, que mora em Belém (PA).
Ainda conforme a mulher, a filha e o rapaz que fez a aplicação do silicone industrial se conheceram em Portugal e mantinham contato pelas redes sociais. “Logo no início da aplicação, começou a queimar. No outro dia, amanheceu com ferida. Ela foi levada para a Santa Casa de Lins, fez cirurgia para remover, depois veio para Bauru, onde passou por outras quatro cirurgias”, relata a mãe.
A jovem comprou o silicone industrial pela internet e pagou a passagem de avião para o homem que fez a aplicação da substância nas nádegas dela, informou a mãe.
Ainda segundo a família, essa não foi a primeira vez que a jovem teve silicone industrial aplicado no corpo. Antes, ela já tinha feito outras duas aplicações, nas pernas e nos quadris. Dessa vez, o homem que fez a aplicação usou uma marca diferente da que tinha utilizado anteriormente. A mãe conta que aconselhou a filha a não usar o produto.
O silicone industrial aplicado em Renatta é usado para lubrificar peças de veículos. A substância é proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ministério da Saúde para fins médicos. A aplicação do produto para este fim é crime com pena de dois a oito anos de prisão.
A família registrou boletim de ocorrência no dia 5 de dezembro e o caso é investigado pela Polícia Civil, mas ninguém foi preso. A reportagem da TV TEM e o G1 tentaram contato por telefone com o rapaz que fez a aplicação, mas ele não atendeu as ligações e nem respondeu às mensagens.