Comportamento

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Jovem sofre ataque homofóbico em saída de bloco de Carnaval

Genilson Coutinho,
19/02/2020 | 23h02

Marie Claire

Rafael Aquino, 18 anos, sofreu ataques homofóbicos na saída de um bloco de Carnaval no centro de São Paulo nesse fim de semana. Na segunda (17), foi às redes sociais para alertar seus seguidores do perigo que sofreu. 

Em entrevista à Marie Claire, o maquiador deu detalhes da agressão e afirmou que demorou para conseguir socorro, tanto da polícia quanto do resgate. 

“Eu estava na companhia de cinco amigos perto de um ponto de ônibus no centro de São Paulo. Saíamos de um bloco de Carnaval e eu estava de mãos dadas com meu namorado quando um grupo de homens nos cercou. No início, parecia um assalto, mas depois começaram a nos bater.

Um dos agressores deu um mata-leão na minha amiga e chegou a arrastá-la pela calçada, enforcando-a. Ela foi socorrida por outro amigo.

Outro pegou uma garrafa de bebida e bateu na minha cabeça. Com muito sangue jorrando e eu quase desmaiando, tentamos fugir. Mesmo assim, os agressores arremessaram mais garrafas. Em busca de socorro, entramos em um bar no centro, mas fomos expulsos. Nos disseram para sentar na escada do lado de fora do estabelecimento.

Fiquei lá sangrando enquanto alguns clientes do bar vieram me ajudar e ligaram para a ambulância. Fiquei 30 minutos esperando e os socorristas justificaram que não conseguiriam me atender no momento, pois havia muitas ocorrências. As viaturas da polícia também não quiseram prestar socorro.

Passados mais 15 minutos, os clientes conseguiram que um guarda municipal nos ajudasse. Ele me levou até o AMA da região da Sé. Depois de mais 45 minutos, consegui ser atendido.

Levei seis pontos na cabeça e me liberaram. Estou chateado e me recuperando do corte e também emocionalmente. Ainda estoui muito e meus amigos estão traumatizados. Vemos essas coisas de longe e sempre achamos que nunca vai acontecer com a gente. Infelizmente, nós da população LGBTQ+ vivemos 24 horas em perigo”.