Jean Wyllys rebate Marta: Conheço “no corpo o peso da homofobia”

Genilson Coutinho,
09/12/2011 | 09h12

O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) usou sua página pessoal no Twitter para comentar as declarações da senadora Marta Suplicy (PT-SP), dadas durante entrevista a Terra Magazine publicada nesta quinta-feira (8). A senadora havia criticado a postura de Wyllys, que se posicionou contrário às alterações feitas por ela no texto do PLC 122, projeto de lei sobre a criminalização da homofobia. Marta chegou a falar que o deputado buscava plataforma eleitoral e protagonismo, ao invés de ajudar.

No microblog, o parlamentar se disse “atacado” pela colega de Congresso.

Apesar de a senadora Marta ter me atacado com deselegância, em entrevista, por eu ter criticado suas concessões, o tempo me deu razão. A senadora – e certos militantes do PT – não conseguem conviver bem com a crítica às vezes, infelizmente, daí o ataque deselegante.

Wyllys destacou que não era “mero aliado da causa”.

– É difícil para a senadora compreender que, se ela é uma aliada histórica, eu sou um homossexual que conhece no corpo o peso da homofobia. O que para ela pode ser negociável por orientação partidária não o é para mim, porque minha dignidade está acima de partido e de vaidade.

O deputado negou que esteja buscando “protagonismo”.

– Não quero protagonismo algum; o que eu não quero é que minha dignidade e a de outros milhões de gays sejam negligenciadas em acordos. Estou no papel não só de representante legítimo da comunidade LGBT, mas também no de cobrar, de um governo de nove anos, bom resultado.

Em seguida, frisou seu direito de criticar o substitutivo da senadora.

– Lamento as declarações deselegantes da senadora. Não fiz críticas a ela (pois a admiro), mas ao seu relatório e concessões. Meu direito! Ao fim da sessão, falei com a senadora e ela me pareceu convencida de que certas negociações não merecem nem podem ser feitas.

Por fim, Wyllys reforçou que permanecerá aliado de Marta.

– Continuarei aliado da senadora (e admirando-a!) sempre que seu objetivo seja defender nossos direitos, dignidade e felicidade – disse, pinçando uma frase atribuída ao escritor Dias Gomes: “Há um mínimo de dignidade que se deve preservar, mesmo que seja em troca do sol”

Fonte: Portal Terra