Igualdade de gênero não é utopia
26 de dezembro de 2017
por Genilson Coutinho
Por Paula Paschoal*
Os debates sobre a necessidade de estabelecer igu
No entanto, é preciso lembrar que esse futuro longínquo já chegou em algumas organizações, e minha trajetória profissional é prova disso. Trabalho no PayPal, líder mundial em pagamentos online, onde o respeito e o incentivo à diversidade fazem parte da cultura organizacional desde sua criação. Atuando no segmento detecnologia, no qual as acusações de sexismo são recorrentes, a empresa destacou-se pelas excelentes oportunidades de carreira para mulheres. No PayPal Brasil, o sexo feminino representa 48% da força detrabalho e ocupa mais da metade dos cargos de liderança/diretoria (53%) – segundo o IBGE, a média nacional nesse nível hierárquico é de 37%.
Entrei em 2010, no cargo de diretora de Vendas e Desenvolvimento de Negócios. Em 2015, tornei-me diretora comercial. E neste ano fui promovida à diretora geral da companhia no país, logo depois de voltar da minha segunda licença-maternidade.
Quando fiquei grávida da primeira vez, em 2014, apenas no quarto mês de gestação tive coragem de dar a notícia ao meu chefe. Mas a reação dele não podia ter sido melhor e pude curtir o sonho da maternidade sem medo. Tive certeza que estava numa empresa na qual a valorização da mulher e a importância de equilibrar vida pessoal e profissional eram levadas a sério. Como líder, também considero a diversidade fundamental, acreditando que são mais fortes as equipes formadas por pessoas de diferentes gêneros, faixas etárias e formações acadêmicas.
Sou apaixonada pelo que faço e procuro estar sempre muito próxima do meu time, trabalhando em parceria e sem perder de vista que estou lidando com pessoas, não meros executores de tarefas. Assim, a fim defortalecer o engajamento e alcançar os resultados esperados, minha liderança também é orientada pela sensibilidade, pela compreensão das individualidades. Isso pode significar, por exemplo, um horário flexível que permita levar e buscar os filhos na escola. Eu mesma, apesar da função que ocupo, não preciso sacrificar meu tempo com a família ou deixar de jogar tênis no final da tarde.
Mas não é, claro, essa facilidade natural para humanizar o ambiente de trabalho que justifica a presença da mulher. É questão de competência, de meritocracia. E posso garantir que não é utopia.
(*) Paula Paschoal é diretora geral do PayPal Brasil
Atenciosamente,