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Homofobia: Homem esfaqueia gay em Itinga

Genilson Coutinho,
17/06/2016 | 10h06

O estudante Gilson Borges Reis, 18 anos, morador no bairro da Itinga, em Lauro de Freitas, foi agredido a golpes de faca por Jarderson Conceição Borges, 24 anos, por volta das 18h do último sábado , 11, em frente sua casa, na Rua Talismã. Segundo as vítima, o agressor tentava atingir sua mãe, Janete, e a irmã, Naira, que não se encontrava em casa no momento.

Com o insucesso nas “caças” às mulheres, Jarderson foi em direção à vitima, dizendo: “É você quem eu quero mesmo”, desferindo golpes de faça que atingiram o braço e a região do tórax. Não suportando os ferimentos e a perda de sangue, Gilson desmaiou no local, e foi socorrido por um parente, que conduziu até uma Unidade de Pronto Atendimento mais próxima. De lá, foi transferido para o Hospital Menandro de Farias, onde recebeu atendimento médico e não corre risco de morde, apesar da gravidade do caso.

Jarderson Conceição Borges foi preso em flagrante por agentes da Delegacia de Polícia Civil de Itinga e deve responder por tentativa de homicídio. No mesmo dia 11, sábado, o mesmo assinou um termo circunstanciado e aguarda julgamento em liberdade, situação que preocupa a vitima, que receia sofrer novo ataque. A vítima alega que já havia sido ameaçado de morte desde os dezesseis anos: “Ele havia me dito que veado tem de morrer e cuspiu no chão. Eu falei com a minha mãe que ia dar queixa, mas, por ser família, ela disse pra deixar prá lá”,  explicou Gilson.

Somente na tarde dessa última terça-feira, 14, mesmo em fase de recuperação, prestou queixa foi na Delegacia de Polícia Civil, receber guia para realização de exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, em Salvador. O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, avalia que Jarderson tenha experimentado algum drama pessoal quanto à aceitação de sua orientação sexual por seus familiares, nutrindo assim um ódio intrínseco aos demais LGBTs, familiares ou não.

“É preciso que ele pague pelo crime e que também receba atenção psicológica para lidar com a questão da sexualidade no âmbito doméstico”, afirmou Marcelo Cerqueira, informando ainda que isso é condição necessária para que ele, mais tarde, não cause outros danos em maiores proporções com uso de violência extrema.