Homofobia, binarismo e políticas públicas para LGBTs são discutidos nesta quinta feira 18 , em Salvador

Genilson Coutinho,
16/10/2012 | 16h10


A exposição internacional de fotografias “Condenados – No Meu País, Minha Sexualidade é Um Crime” promove, nesta quinta-feira, 18 de outubro, o primeiro de seus três debates e o lançamento do livro que leva o nome da mostra, reunindo imagens e depoimentos de todos os envolvidos no trabalho – a publicação, editada pela Domínio Público Agência Cultural, será distribuída gratuitamente. O encontro, que acontece a partir das 16 horas, no Centro Cultural Correios (Pelourinho), tem como tema “Os Direitos Humanos e a Homossexualidade no Brasil e no Mundo”. A participação é gratuita.
Homofobia, binarismo (certo e errado) e políticas públicas para LGBT serão alguns dos temas discutidos. Os convidados especiais, que participam da mesa de debates, serão Gustavo Bernardes, coordenador geral de Promoção dos Direitos de LGBT da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, e Paulette Furacão, coordenadora do Núcleo LGBT da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). O representante do governo federal promete que vai aquecer a conversa falando “o quanto alguns sistemas jurídicos são atravessados por conceitos religiosos e passam a ideia de que certos comportamentos são naturais e outros seriam anti-naturais. Os primeiros permitidos e os segundos criminalizados e exemplarmente punidos”.

O produtor executivo da exposição, Dario Gularte, que será mediador no debate, lembra que na Bahia os índices de violência vêm subindo na proporção em que aumentam as desigualdades sociais. “A participação do governo federal, em conjunto com o governo do estado da Bahia, é de suma importância para apresentar publicamente as ações que vêm sendo realizadas por ambos os órgãos para erradicar esse mal, fazendo com que toda a sociedade participe e amplie esse debate”, afirma.

Dados explicam a importância do tema. De acordo com “Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: ano de 2011”, a Bahia possui 3,33 violações, por 100 mil habitantes, contra a população LGBT, sendo que a média nacional é de 3,46. O número de homicídios é de 0,2 de LGBT por 100 mil habitantes, já a média nacional 0,14. A capital baiana registrou, no ano passado, 18 assassinatos motivados pela homofobia.

Exposição está disponível para visitação até o dia 16 de novembro – Inaugurada no início deste mês, a exposição “Condenados: No Meu País, Minha Sexualidade é Um Crime”, do jornalista e fotógrafo francês Philippe Castetbon, traz 50 autorretratos de homens que vivem nos 80 países nos quais este tipo de relação é condenada. A mostra fica à disposição do público no Centro Cultural Correios até o dia 16 de novembro. O acesso é permitido de segunda a sexta, das 10 às 18 horas, e no sábado, das 8 às 12 horas. Salvador é a segunda cidade da América Latina a abrigar este projeto, que já percorreu as cidades de São Paulo, Aubervilliers, Avignon, Blois, Bruxelas, Chambéry, Clermont-Ferrand, Genebra, Grenoble, Libourne, Lille, Metz, Montpellier, Nice, Paris, Toulouse, Tours e Viena.

Serviço:

Exposição “Condenados – No Meu País, Minha Sexualidade é Um Crime”

Local: Centro Cultural Correios Salvador – Praça Anchieta, Pelourinho, Centro Histórico de Salvador (BA)

Horário: de segunda a sexta, das 10 às 18 horas; sábado, das 8 às 12 horas

Entrada: franca

Recomendação etária: 14 anos

Visitação: de 4 de outubro a 16 de novembro de 2012

Ciclo de debates:

1º debate: dia 18 de outubro, às 16h – “Os Direitos Humanos e a homossexualidade no Brasil e no mundo”, com Gustavo Bernardes (Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal) e Paulette Furacão (Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos Bahia).
2º debate: dia 25 de outubro, às 16h – “Saúde física e psíquica das minorias sexuais”, com Eduardo Barbosa (Ministério da Saúde) e Javier Angonoa (Consultor da Iniciativa Laços Sociaids – parceria UNAIDS e Governo do Estado da Bahia).
3º debate: dia 01 de novembro, às 16h – “O papel social da arte”, com Luiz Mott (antropólogo, historiador e fundador do Grupo Gay da Bahia) e Angela Elisabeth Lühning (UFBA / Fundação Pierre Verger).

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