Homens investem cada vez mais em implantes de silicone masculino

Genilson Coutinho,
28/08/2012 | 00h08


Uma pesquisa do Ibope sobre cirurgia plástica no Brasil revelou uma surpresa sobre o comportamento masculino.
O assunto entre os médicos é a estética, a busca da beleza. E de técnicas que podem ser ainda mais rentáveis nos próximos anos. Mas atenção: estamos falando de homens. Mais especificamente, de cirurgias para implante de silicone.
“Aqueles que tentam na academia obter uma maior projeção do músculo, não conseguem, e em vez de tomar anabolizantes e outras coisas que colocam sua saúde em risco, a cirurgia é um caminho mais tranquilo para obter esse resultado”, afirma José Horácio Aboudib, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Por mais que Thiago se esforce, não consegue ter a panturrilha que deseja. E vai se submeter ao implante. “Eu sofri bullying, mas sempre tirei de letra. Atualmente ainda sou zoado, mas não me incomoda tanto. Mas a questão é da minha percepção mesmo, de querer ter uma perna um pouco maior”, conta o professor de educação física Thiago Almeida.
Luciano já passou pela cirurgia. “Fiquei satisfeito. Melhorou, tenho agora o peitoral que eu queria e consigo trabalhar outras partes do corpo com musculação, atividade física”, explica o comerciário Luciano Fernandes.

Imagens mostram a diferença entre o antes e o depois da cirurgia. Mas os médicos lembram que a cirurgia plástica não é tão simples. E requer cuidados.
“Toda cirurgia tem riscos. Porém, procurando um cirurgião plástico membro da sociedade brasileira, que fez 11 anos de estudo – seis de faculdade e cinco de pós-graduação -, que está preparado para isso, e procurando uma boa clínica, os riscos têm diminuído gradativamente. Mas qualquer cirurgia tem um risco”, afirma José Horácio Aboudib.
Homens cada vez mais preocupados com cada detalhe do corpo. Os médicos já perceberam: a vaidade vem aumentando e a vergonha diminuindo. Só em um consultório no Rio de Janeiro, a o número de cirurgias de implante de silicone masculino cresceu 60% em apenas dois anos.
As mulheres ainda são maioria nos consultórios, mas a preferência dos homens pelo silicone já tem até uma lista de mais procurados: peito, panturrilha, glúteos e braços.
“Essa procura começou quando diminuiu o preconceito. Quando começou a se cuidar. Não só em cirurgia, mas em vaidade mesmo. Acho que os consultórios de dermatologia devem estar muito mais cheios do que eram”, diz o cirurgião plástico Ivan Abadess.
“Acho que tem que ter um complemento. A cirurgia como complemento e a atividade física para manter a saúde”, afirma Luciano Fernandes.
Pode ser mesmo a tendência de parte de uma geração que deseja mais do que ser. Também quer parecer saudável.
Matéria exibida no Jornal Bom Dia Brasil da TV Globo.