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Homem não pode usar isso’, diz segurança a estudante em supermercado de Salvador, por usar short curto

Genilson Coutinho,
21/09/2020 | 10h09

Marcos Pascoal usou sua conta do Instagram para denunciar um ato preconceituoso praticado por funcionários da Walmart de Itapuã.
O jovem relata que foi ao supermercado na noite de sábado (19), e ao chegar no local foi chamado a atenção pelo tamanho do seu short, que, segundo os seguranças, estava muito curto, e que deveria se vestir como homem, porque havia crianças no recinto.
Diante do constrangimento e do preconceito sofrido, ele acionou uma advogada para processar a empresa.
Marcos Pascoal pretende registrar um boletim de ocorrência na segunda-feira (21).

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Pascoal de Oliveira usou sua conta do Instagram para denunciar um ato preconceituoso praticado por funcionários da Walmart (@bigbomprecooficial) de Itapuã. O jovem relata que foi ao supermercado na noite de sábado (19), e ao chegar no local foi chamado a atenção pelo tamanho do seu short, que, segundo os seguranças, estava muito curto, e que deveria se vestir como homem, porque havia crianças no recinto. Diante do constrangimento e do preconceito sofrido, ele acionou uma advogada para processar a empresa Veja abaixo a denúncia do jovem @qualfoipascoal tentaram me impedir de entrar no supermercado, perguntei o motivo e olha só o show de horrores: Tenho que ME VESTIR COMO HOMEM porque ofendo crianças. Mas só EU, outras pessoas não. Na noite de ontem, ao tentar entrar no Walmart de Itapuã, em Salvador, um funcionário tentou negar a minha entrada porque eu estava com um short curto. Mediante a vergonha da cena, abaixei o short duas vezes perguntando ao funcionário se com aquele tamanho eu poderia entrar. Ele fez sinais gestuais dizendo que não, abaixei mais um pouco, já humilhado naquela situação, e consegui entrar. Na hora da saída, ajeitei meu short e novamente vieram me repreender. Dessa vez, questionei ao segurança do vídeo sobre o porquê de todo esse incômodo comigo e a resposta foi essa que vocês estão vendo. Não gritei, não xinguei e nem agredi ninguém. A única coisa que eu fiz foi fazer perguntas, pedir esclarecimentos. Eu sou um homem gay, negro e pobre. Eu não iria cair na besteira de fazer “barraco” porque a gente sabe qual o lado fraco da corda. E todos nós sabemos que o sistema não dá a mínima para vidas como a minha. Também não posto sem o mosaico nos rostos porque, ao contrário do mural público que a internet parece ser, as pessoas tem o direito de ter sua imagem preservada e eu não quero receber processos por isso. Minha advogada está entrando com uma ação contra o supermercado por todo o vexame que ele me fez passar. É isso, não se calem mas também tentem agir com cuidado nessas situações, se possível. Deixe o outro tropeçar em suas próprias palavras, ele tem que se justificar, não eu.

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Em nota, o Grupo BIG, responsável pela administração do supermercado, informou que o fato ocorrido no supermercado de Itapuã é “inadmissível e não corresponde aos procedimentos e valores da empresa”.

A empresa informou que vai tomar medidas cabíveis, como o afastamento do segurança terceirizado e que está em contato com o cliente, colocando-se à sua disposição para toda assistência necessária nesse momento.

Também em nota, o Grupo BIG reiterou que não aceita situações como essa e reforçou o pedido de desculpas ao cliente.