Homem agredido com soco por empresário em Barra Grande diz ter sido vítima de homofobia
Na noite do último sábado (5), Carlos Alberto Amaral Novaes, mais conhecido como Fernando Amaral, 49 anos, foi agredido com socos e teve seu nariz fraturado, em Barra Grande, na Península de Maraú. A agressão aconteceu quando a vítima acompanhado de seu esposo, foram avisar a um empresário que estava destruindo um bloqueio feito de madeira que servia para impedir o acesso de carros e quadriciclos a faixa de areia da praia, foi colocada pela prefeitura de Maraú.
Ao se aproximar do homem, a vítima foi agredida com socos e com xingamentos homofóbicos. Toda ação violenta foi gravada pelo marido da vítima e postada nas redes sociais. A notícia da agressão revoltou à população de Barra Grande que através de grupos de WhatsApp e por comentários no Facebook, prestaram apoio e solidariedade a vítima.
Fernando Amaral foi encaminhado ao plantão do Posto de Saúde de Barra Grande e posteriormente à Ilheus para fazer mais exames. De acordo com informações de Lucas, marido da vítima, o agressor teria acusado o casal de ser o autor do fechamento do acesso de veículos a praia. Os xingamentos homofóbicos foram testemunhados por hóspedes da casa da vítima e vizinhos.
A prefeitura municipal, através das Secretaria de Turismo e Infraestrutura, informou que vai acionar a polícia civil e a justiça pra apurar os danos ao patrimônio público para que o prejuízo à sociedade seja ressarcido. A vítima deve registrar o boletim de ocorrência e e acionar o Ministério Público.
O proprietário da Pousada Ravenalas se manifestou por meio de nota. Confira abaixo na íntegra:
Tenho casa e frequento Barra Grande há cerca de trinta anos. Sempre tive acesso à praia através de uma servidão localizada em frente a uma pousada da minha propriedade, cujos clientes também tem acesso à praia pelo mesmo local. Anteriormente, o proprietário de uma casa a beira mar que fica no final da servidão já tentou fechá-la, colocando corrente e cadeado e impedindo o livre acesso das pessoas à praia. Ontem, fui surpreendido com uma nova barreira na servidão e não se sabia até então, quem a tinha colocado naquele local. A barreira foi instalada numa área da União (Marinha), sem respeitar a acessibilidade das pessoas. O espaço lateral mínimo, deixado para passagem de pedestres, impede a circulação de obesos, cadeirantes ou qualquer pessoa com problema de mobilidade, o que fere, inclusive, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que delimita um espaço recomendado de 1,50 m e mínimo de 1,20 m para a referida passagem. Em Barra Grande estamos cansados de ver proprietários de terrenos em frente ao mar, aumentarem suas áreas de SPU, tomarem quase toda a areia da praia e também servidões. Por conta das flagrantes irregularidades, tentei fazer a remoção da barreira, quando então aproximou -se um individuo muito mais alto e forte que eu (tenho 62 anos), colocou o dedo em riste no meu rosto, numa atitude completamente agressiva. Para defender minha integridade física, revidei àquela ação. Contribuo muito com este município, gerando empregos e através de doações, visando sempre manter este lugar como o paraiso que é. Tenho muito amor por Barra Grande e apesar de entender que a barreira colocada pelo município fere frontalmente à legislação federal com relação à acessibilidade, estou disposto a ressacir os prejuízos causados ao município, solicitando antecipadamente que a barreira seja adequada às normas legais.
*Com informações do site Barra Grande 24 Horas.