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Homem agredido com soco por empresário em Barra Grande diz ter sido vítima de homofobia

Redação,
07/06/2021 | 11h06
(Foto: Reprodução)

Na noite do último sábado (5), Carlos Alberto Amaral Novaes, mais conhecido como Fernando Amaral, 49 anos, foi agredido com socos e teve seu nariz fraturado, em Barra Grande, na Península de Maraú. A agressão aconteceu quando a vítima acompanhado de seu esposo, foram avisar a um empresário que estava destruindo um bloqueio feito de madeira que servia para impedir o acesso de carros e quadriciclos a faixa de areia da praia, foi colocada pela prefeitura de Maraú.

Ao se aproximar do homem, a vítima foi agredida com socos e com xingamentos homofóbicos. Toda ação violenta foi gravada pelo marido da vítima e postada nas redes sociais. A notícia da agressão revoltou à população de Barra Grande que através de grupos de WhatsApp e por comentários no Facebook, prestaram apoio e solidariedade a vítima.

Fernando Amaral foi encaminhado ao plantão do Posto de Saúde de Barra Grande e posteriormente à Ilheus para fazer mais exames. De acordo com informações de Lucas, marido da vítima, o agressor teria acusado o casal de ser o autor do fechamento do acesso de veículos a praia. Os xingamentos homofóbicos foram testemunhados por hóspedes da casa da vítima e vizinhos.

A prefeitura municipal, através das Secretaria de Turismo e Infraestrutura, informou que vai acionar a polícia civil e a justiça pra apurar os danos ao patrimônio público para que o prejuízo à sociedade seja ressarcido. A vítima deve registrar o boletim de ocorrência e e acionar o Ministério Público.

O proprietário da Pousada Ravenalas se manifestou por meio de nota. Confira abaixo na íntegra:

Tenho casa e frequento Barra Grande há cerca de trinta anos. Sempre tive acesso à praia através de uma servidão localizada em frente a uma pousada da minha propriedade, cujos clientes também tem acesso à praia pelo mesmo local. Anteriormente, o proprietário de uma casa a beira mar que fica no final da servidão já tentou fechá-la, colocando corrente e cadeado e impedindo o livre acesso das pessoas à praia. Ontem, fui surpreendido com uma nova barreira na servidão e não se sabia até então, quem a tinha colocado naquele local. A barreira foi instalada numa área da União (Marinha), sem respeitar a acessibilidade das pessoas. O espaço lateral mínimo, deixado para passagem de pedestres, impede a circulação de obesos, cadeirantes ou qualquer pessoa com problema de mobilidade, o que fere, inclusive, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que delimita um espaço recomendado de 1,50 m e mínimo de 1,20 m para a referida passagem. Em Barra Grande estamos cansados de ver proprietários de terrenos em frente ao mar, aumentarem suas áreas de SPU, tomarem quase toda a areia da praia e também servidões. Por conta das flagrantes irregularidades, tentei fazer a remoção da barreira, quando então aproximou -se um individuo muito mais alto e forte que eu (tenho 62 anos), colocou o dedo em riste no meu rosto, numa atitude completamente agressiva. Para defender minha integridade física, revidei àquela ação. Contribuo muito com este município, gerando empregos e através de doações, visando sempre manter este lugar como o paraiso que é. Tenho muito amor por Barra Grande e apesar de entender que a barreira colocada pelo município fere frontalmente à legislação federal com relação à acessibilidade, estou disposto a ressacir os prejuízos causados ao município, solicitando antecipadamente que a barreira seja adequada às normas legais.

*Com informações do site Barra Grande 24 Horas.