Grupo gay quer institucionalizar o uso de sanitários femininos por transexuais

Genilson Coutinho,
08/11/2011 | 16h11

Ação do GGB tem finalidade coibir esse tipo de abuso por aproximação do verão e da Copa.

A transexual V.S, 30 anos, profissional de estética moradora no bairro da Cidade  Nova, em Salvador, foi barrada por uma segurança no último domingo 6 quando foi usar o banheiro feminino do Wet´n Wild na Paralela durante a realização do show dos Exaltamanícos evento musical popular que reuniu as bandas Esaltasamba, Tomate, Paragonlé e Saydbamba em Salvador, no Wet´n Wild.

O evento musical começou 13h e seguiu até ás 22h a tranexual relata que fez uso do banheiro duas vezes e na terceira vez foi segurada pelo braço por uma segurança do sexo feminino que controlava o acesso das mulheres ao banheiro. A segurança na descrição dela era uma mulher forte de cerca de 1,85 de altura, parda e usava cabelos cortado bem baixo e de gestos violentos.. “Sou toda transformada, nunca passei por isso, já fui a Europa, nunca fui humilhada dessa forma de me emocionar e cair em lagrimas” declara informando que naquele momento aquilo acabou com a sua alegria de estar na festa. “Ela me grudou no braço e disse alto você não pode entrar, apontando para um outro banheiro disse que era unisex, quando vi era o banheiro masculino, me recusei a entrar” contou.

A transexual não desistiu e também não se submeteu a orientação de usar um arbusto, o banheiro masculino ou um canto para fazer suas necessidades fisiológicas. Apoiada por uma amiga que filmava a situação em um dispositivo móvel ela voltou ao banheiro e dessa vez percebendo que estava sendo filmada a segurança baixou o tom e disse. “Você sabe que não pode usar, mas vá bem discreta sem chamar atenção de ninguém”, disse em tom dissimulado diante da gravação. Uma situação simples que poderia ser evitada se a transfobia não fosse tão reveladora.

Revoltada com a situação a transexual buscou ajuda através da delegada Patrícia Nuno, atual madrinha da 10ª Parada Gay da Bahia que recomendou procurar o Grupo Gay da Bahia (GGB) para que a entidade possa diante desse casso se posicionar e encontrar mecanismos de coibir esse tipo de constrangimento. “Essa é uma situação que merece atenção dos legisladores municipais na instituição de leis que possa diminuir o sofrimento dessas pessoas”, disse à delegada que enfatizou que mesmo que elas não sejam mulheres biológicas, mas na cabeça delas são mulheres e agem socialmente como tais, são expostas ao constrangimento como qualquer mulher sofrem assédio de certos  homens especialmente quando eles estão em bandos.

Além da questão de gênero imposta à situação o uso de banheiro masculino por travestis e transexuais é algo inadequado seja pela disposição dos banheiros que carecem de áreas reservadas, muitos deles sequer tem box com portas e vários se caracterizam por uma grande pia de mictório no qual a depender do evento forma-se enormes filas para fazer necessidades como urinar. Apesar de muitas das vezes tenso, nesses ambientes existem muita liberdade de expressão entre os homens que fazem pilherias uns com os outros sobre os seus atributos e dotes sem pudor e constrangimento entre eles. A presença de um outro ser nesse espaço é sinal de pura desordem e falta de compostura por parte desses homens. Se po rum lado existe esse tipo de homem por outro a transexual revela que existem simpaticos e atenciosos que se preocupam com a situação. ” Menina, seu banheiro é o outro, aqui é o de homem” dizem.

O GGB tem como finalidade a promoção da integridade social dos LGBT e considera que as transexuais e as travestis devem sim fazer uso do banheiro feminino em todos os espaços seja público ou privado ao exemplo dessas casas de shows.  “Submeter mulheres sociais a situação de selvageria entre grupo de machos é algo terrivelmente desumano e uma falta de respeito ao feminino”, acredita Marcelo Cerqueira, presidente do GGB. A entidade pontua a diferença entre os dois recintos e considera adequado o uso do banheiro feminino por garantir espaço reservado as necessidades fisiológicas com box e dispositivo de trava.

Visando coibir que novos casos aconteçam em Salvador e na Região Metropolitana o GGB vai encaminhar solicitação de instituição de Projeto de Lei as principais Câmaras Municipais de Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari e Mata de São João, cidades que pela proximidade da estação do verão e da Copa do Mundo deverão receber muitas transexuais e travestis em atraídas pelso eventos esposrtivos e por festas e baladas.

O projeto vai dispor sobre o uso comum de banheiros femininos por transexuais e outras mulheres sociais.  O GGB tem como finalidade a promoção da integridade social dos LGBT e considera que as transexuais e as travestis devem sim fazer uso do banheiro feminino em todos os espaços seja público ou privado ao exemplo dessas casas de shows.  “Submeter mulheres sociais a situação de selvageria entre grupo de machos é algo terrivelmente desumano e uma falta de respeito ao feminino”, acredita Marcelo Cerqueira, presidente do GGB.

A entidade parte do ponto da segurança física e pontua as diferenças entre os dois banheiros e deste modo considera adequado o uso do banheiro feminino por garantir a privacidade e ter espaço reservado as necessidades fisiológicas com box e dispositivo de trava.