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GBarbosa reforça o respeito às diferenças e gera emprego para pessoas LGBTQ

Genilson Coutinho,
28/06/2018 | 09h06

Gyselle em seu ambiente de trabalho- Foto: Divulgação

Apesar de vivermos em um mundo globalizado, alguns temas ainda são ignorados por grande parte da população. Um exemplo é quando se fala em identidade de gêneros. Inúmeras são as histórias de pessoas que passam boa parte da vida lutando contra sua natureza e, quando percebem e resolvem assumir sua condição, começam a ver as dificuldades e enfrentar o preconceito. Muitas vezes isso começa dentro da família e se estende ao mercado de trabalho, especialmente no caso de transgêneros, travestis e transexuais.
Na rede GBarbosa é possível encontrar histórias de vida diferentes, de pessoas que tiveram oportunidade e acolhimento. A primeira história é da Gyselle, 29 anos. Ela é conferente de portaria de recebimento, na loja da Barra dos Coqueiros, em Aracaju (SE). Há três anos na empresa, ela iniciou como terceirizada, na função de operadora de máquinas. Ali mesmo na loja, ganhou seu primeiro emprego, e além da carteira assinada, ganhou dignidade, amigos e respeito. “Todos aqui me respeitam, sou muito bem tratada”, afirma. De todos os colegas, a ex-gerente de loja é por quem ela sente uma gratidão especial. “Quando fui demitida da empresa terceirizada, foi ela quem me incentivou a concorrer uma vaga no GBarbosa, agora, com um cargo acima do que eu fazia, como Ajudante de Depósito. Sinto orgulho em trabalhar numa empresa tão grande, em uma multinacional que me dá esta oportunidade”, relata Gyselle. Que ganhou o novo nome criado pelas amigas ao dizer que o andar dela é inspirado na top model Gisele Bündchen.
Com uma história de vida cheia de superação, ela diz que as irmãs sempre a aceitaram como ela é e aos 16 anos, foi quando resolveu assumir a sua nova identidade. “Fui morar sozinha com o apoio de minha irmã. Sofri muito preconceito da minha mãe no início. Ela veio me impor regras, e reclamou a primeira vez que me viu vestida de mulher. Até chegou a dizer para eu mudar ou esquecer dela. Foi algo que me doeu muito. Mas um dia acordei decidida, coloquei minha mini saia e fui encontrá-la num domingo e disse: ‘Ou a senhora me aceita do jeito que eu sou, ou você não terá mais contato comigo’. Fiquei dois anos sem falar com minha mãe. Foi um período difícil, mas hoje, até roupa feminina minha mãe compra e me dá de presente. A gente precisa se impor como ser humano e um recado que deixo para as pessoas LGBTQ+ é para nunca desistir de seus objetivos. Seja você e as oportunidades chegarão”, aconselha Gyselle, como aprendizado.
História de vida – Outro colaborador que encontrou uma oportunidade de exercer sua profissão na rede GBarbosa, também em Aracaju, foi o farmacêutico da loja do bairro Santos Dumont, Daniel Lima, 29 anos. Ele contou que não é comum ver pessoas trans no mercado de trabalho, que nunca quis se esconder, mas por conta dessa realidade, tinha medo do preconceito que poderia enfrentar. “Quando comecei a trabalhar na empresa eu já tinha passado pelo processo de transição, que ocorreu quando eu tinha 24 anos e ainda estava na faculdade. Como eu já usava meu nome social, quando me chamaram para a vaga eu não imaginei que as pessoas já sabiam. Foi uma surpresa quando percebi que meus colegas sabiam”, destacou Daniel.
O GBarbosa foi o seu primeiro emprego e há mais de 1 ano. “Dentro da empresa nunca passei por situação de discriminação. Até porque não tenho muita necessidade de ficar falando que sou trans, sou muito mais: sou filho, sou profissional, sou amigo. Mas acho importante que a empresa lance essa proposta de falar sobre diversidade entre os colaboradores, pois apesar de não sofrer preconceito, percebo que há muita dúvida entre as pessoas. As pessoas devem ser informadas para saberem lidar com as diferenças. O mundo está mudando e temos que saber aceitar as opções dos outros e acima de tudo, respeita-las”.
Política de Diversidade & Inclusão – De acordo com a gerente de Recursos Humanos do GBarbosa, Auda Farias, a política de diversidade e inclusão da rede faz parte das diretrizes da Cencosud, um dos maiores grupos varejistas da América Latina e quarta maior supermercadista do Brasil. “O GBarbosa trabalha com uma política de diversidade e inclusão que visa promover o respeito e a aceitação da diversidade, tanto por gênero, opção sexual, raça ou faixa etária”, afirma. Ela acrescenta que é preciso contar com uma equipe diversa, que reflita a sociedade atual. “É possível criar um ambiente com colaboradores que possam entender melhor os clientes e suas necessidades, além de contribuir para o crescimento profissional e pessoal de cada um”, pontua.
A empresa prepara os colaboradores com treinamento, vídeos de capacitação sobre o tema e a Política da Diversidade declarada. Além disso, segue um código de ética que reforça as normas de procedimento do grupo e repudia a discriminação em qualquer circunstância, incentivando que os colaboradores façam denúncias diante de condutas irregulares.
Considerado uma das melhores empresas para trabalhar na Bahia, Alagoas e Ceará, o GBarbosa, segundo ranking GPTW, o GBarbosa oferece oportunidades iguais e promove uma cultura aberta, encorajando as pessoas a serem elas mesmas. “Esse tema já faz parte da nossa rotina de gestão e nossas lideranças estão preparadas para acolher e potencializar as competências dos profissionais independentemente de orientação sexual. Nosso objetivo é ter um time integrado, comprometido e que promova um ambiente saudável e positivo para trabalhar. Valorizar nossos colaboradores é valorizar nossa empresa”, conclui Auda.