GAPA Bahia coloca placa de vende-se em sua sede nos Barris

Genilson Coutinho,
19/06/2012 | 16h06

Hoje tive notícia mais concreta sobre a questão da placa de vende-se instalada na fachada da sede do GAPA ( Grupo de Apoio a Prevenção da AIDS) Bahia. A placa indigesta tem chamado atenção de todos que passam por lá, especialmente das pessoas que atuam no movimento social de Saúde, quais não tem informações sobre o destino da entidade. Trágico! Muito trágico seja ele qual for que de alguma maneira venha a interferir na continuidade dessa entidade que tem longa folha de serviço de utilidade pública na Bahia. Depois do GGB o GAPA é a entidade mais antiga em atuação na Bahia de forma ininterrupta.

Não quero aqui ser de nenhuma forma rude com essa informação, mas ouvi de algumas pessoas que a placa de vende-se destina-se a angariar recursos para cumprir com rescisões trabalhistas por parte da entidade em relação aos seus funcionários, o GAPA que sempre foi administrado como uma empresa, diferente das demais entidades que sempre buscaram outras formas de voluntariado para tocas suas ações, remunerando seus associados quando e exclusivamente na execução de algum projeto especifico. A duvida que tenho é saber qual origem do imóvel e se é cabível sua venda mesmo sendo para pagar obrigações trabalhistas, existe determinação judicial para isso?

O que estaria por trás de tudo isso. Não creio ser por falta de competência da equipe do GAPA, muito pelo contrário. Mas acho que tem sido a lógica desses 12 anos de governo, o abandono a sociedade civil, a forma aviltante como as entidades da sociedade civil têm sido tratadas nesses anos, como bandidas e nichos de bandidos do erário público. A prevenção perdeu muito nesses últimos anos e todo mundo tá indo trabalhar na África. De jornalistas, pastores, advogados e líderes comunitários. Em relação a nós do movimento social não é que no Brasil não tenha mais problemas e seja um adorável mar de rosas. É que no Brasil parece que só existe dois temas a serem tratados; corrupção e economia.

Enquanto o GAPA fechas as portas e bota placa de vende-se na sua sede que eu me lembro o dia de sua inauguração festiva. Existem mais de 2 milhões oriundos do Plano de Ações e Metas (PAM) parados acumulados desde 2008. Dinheiro esse que é destinado parte carimbada do MS para fazer convênios de prevenção com ONGS e promoção à saúde, parados por falta de vontade política na Secretaria de Saúde. Enquanto a Saúde nãos e movimenta para agilizar, organização e repasse a AIDS, o HPV e as DSTs nadam em braçadas, literalmente detonando as pessoas. Os médicos não querem realizar diagnostico precoce porque não tem data menos de três meses para a próxima consulta com infectologista, por exemplo. Isso ao sou eu quem digo e sim uma pesquisa feita recentemente pelo Instituto de Saúde Coletiva. No CEDAP antes CREAIDS não tem vaga para consulta em infectologia, na região metropolitana, salvo Camaçari, Mata de São João e Lauro de Freitas são as cidades que dispõem de atendimento especializado. É preciso se indignar! É preciso se revoltar! É preciso GRITAR! Socorro! É preciso ter coragem para gritar! RESPEITO!

Por Marcelo Cerqueira