Música

Furio lança poema musicado de Fernanda Young, ‘Foge-me ao controle’

Redação,
04/05/2021 | 17h05
(Foto: Divulgação)

Caso estivesse ainda viva, a escritora, roteirista, apresentadora de TV, modelo e atriz Fernanda Young completaria 51 anos no dia primeiro de maio. Aproveitando a data, o publicitário, diretor de arte e músico Furio, codinome artístico de Jarbas Agnelli, lança”Foge-me ao controle”, poema musicado da amiga, como tributo. “É uma canção leve. As divagações da Fernanda sobre meias coloridas em frascos de vidro traçam paralelos com as emoções humanas”, explica Furio, sobre o poema.

Dupla de criação de Alexandre Machado na W Brasil, agência de publicidade, Furio teve contato com o casal nos anos 90. “Alexandre sempre foi dupla da Fernanda em roteiros geniais, como “Os Normais” (2001-2003). Eles tinham uma cumplicidade e uma devoção muito grande um ao outro. Fernanda tem uma voz linda e recita muito bem. Fiz algo bem leve, uma homenagem a uma pessoa querida. O clipe tem uma pegada colorida e pop, uma animação com fotos”, explica Furio. Alexandre e as filhas adoraram o resultado. A música chegará aos canais de streaming em breve.

Furio é um dos pioneiros na produção de música eletrônica no Brasil ao lançar, em 2000, pela Trama, o disco AD, pela dupla AD, criada por ele (teclados e programação) e Waldo Denuzzo (baixo e guitarra), uma espécie de Chemical Brothers dos trópicos. Esse disco de estreia já tinha duas músicas com Fernanda Young recitando poemas em “Plástico” e “Piscina”. O disco foi bem, na época, com seis mil cópias vendidas e faixas em diversas trilhas de desfiles de moda, além de clipes concorrendo ao VMB com três indicações.

Outros singles de Furio

Como Furio, este é o quarto single lançado pelo selo Cri Du Chat (Universal Music). Antes, chegaram às plataformas “Fecha o olho e vai”, com linhas de baixo sobrepostas, batidas simples e firmes e uma letra que mergulha no universo de dúvidas e incertezas de um relacionamento, “Burning”, com beats quebrados, solidez electro, acidez techno e doçura melódica e “Transcommunication Machine”, que fala sobre amor impossível entre seres de dimensões diferentes, com sintetizadores analógicos, linhas melódicas de teclados e diferentes melodias de voz que recriam o tema de comunicações com espíritos usando equipamentos eletrônicos vintage.

Videoclipes de Pato Fu, Lulu Santos e O Rappa

Furio também tem uma história importante como diretor de videoclipes, tendo sido premiado, diversas vezes, como diretor de arte no VMB. Além dos clipes do AD, ele tem outros no portfolio, como “Made in Japan”, do Pato Fu, com roupas feitas no Canadá e primeiro clipe nacional com motion control. “Instinto Coletivo”, de O Rappa, tinha um “soldado do morro” criado em parceria com Speto, a pedido de Marcelo Yuka, que jogava capoeira e dançava street dance. Ele ainda dirigiu Lulu Santos dentro de um avião gravidade zero, na Rússia, em “Todo universo”.

Bird on the wires e museu Guggenheim

Furio foi premiado com uma brincadeira que acabou o levando ao museu Guggenheim, o curta “Birds on the wires”, que viralizou, em 2009, e já passa de 2,6 milhões de views, no Youtube, e 2.7 milhões, no Vimeo, totalizando 5.3 milhões. O filme traz pássaros nos fios de eletricidade que se transformam em pauta de música clássica. Em 2010, o filme ganhou o Top 25 do Youtube Play Guggenheim – Uma Bienal de Vídeos Criativos, escolhido entre 23.000 vídeos de 91 países. Ele se apresentou dentro do museu, e o vídeo viral foi exibido em NY, Berlim, Bilbao e Veneza. “Eu sempre gostei de unir música e imagem”, resume.

(Foto: Divulgação)

Nome Furio: homenagem ao bisavô

O pseudônimo artístico Furio é uma homenagem ao seu bisavô Furio Franceschini , que veio ao Brasil como segundo regente de uma orquestra italiana e ficou por aqui, fixando-se em São Paulo, aonde se casou com filha de conde. Era estudioso de Mozart e Bach, além de ensaísta dedicado à música sacra, com 500 composições para piano, órgão e coral. Dedicou-se a aprimorar o canto gregoriano na Itália, na França e na Inglaterra. Desenhou e trouxe, de Milão, o gigante órgão da Catedral da Sé, aonde foi mestre de capela até a morte. Trouxe um órgão menor, de 4 toneladas, para sua casa, na frente do Museu do Ipiranga. Professor de grandes pianistas, fez indicações que facilitaram a ida de Villa-Lobos para a Europa. Teve discos gravados nos EUA e na Argentina. Jarbas ouvia o bisavô tocar, aos domingos, e foi estudar piano clássico. “Quero fazer um longa-metragem sobre o meu avô e contar essa história. Foi de mexer nos registros do órgão que veio a disposição de fabricar, manipular e modular o timbre”, conta o artista.

Mais sobre Furio

Jarbas iniciou sua carreira na década de 80 como ilustrador e, logo, tornou-se diretor de arte, atuando em grandes agências brasileiras. Seus anúncios como criativo lhe renderam diversos prêmios nacionais e internacionais, como Cannes Lions e Clios. É 5 vezes vencedor do Profissionais do Ano, o prêmio brasileiro de maior prestígio. Em 2001, ganhou o Grand Clio e o Gold Lions pelo spot “The Week”, como criativo, diretor e músico. Outro trabalho premiado foi “The City of Samba”, curta-metragem tilt-shift sobre o Rio de Janeiro e o Carnaval, produzida em colaboração com o fotógrafo australiano Keith Loutit. 

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AD – Album Trama (2000)

Clipes dirigidos pelo artista e trechos dos filmes “The City of samba” e “Ranch Beats”.